A arquitetura e a construção de relacionamentos

Neuroarquitetura

Happiness

O que realmente nos faz felizes? Uma pesquisa de Harvard intitulada“Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto” está há quase oito décadas tentando trazer algumas respostas à essa pergunta. Ao analisar as rotinas de jovens ao longo de suas vidas, monitorando-os mentalmente, fisicamente e emocionalmente, o estudo pode não trazer respostas definitivas, porém é capaz de provocar boas e amplas reflexões sobre o que as pessoas esperam de suas rotinas.

Com uma palestra vista mais de 20 milhões de vezes no portal do TED – Ideas Worth Spreading, Robert Waldinger, que é psiquiatra e o atual diretor do estudo, indica um ponto altamente importante e que deve ser observado cotidianamente por quem atua com arquitetura e projeção de espaços para uso diário e intenso de pessoas: bons relacionamentos nos mantêm mais felizes e saudáveis.

Um profissional, colaborador de uma empresa, está diariamente envolto em seus relacionamentos. São oito, nove ou mais horas por dia lado a lado com seus companheiros de trabalho e, para que ele seja feliz e tenha um bom desempenho, é preciso promover esses relacionamentos medianos a relacionamentos excelentes. “Uma vida boa se constrói com boas relações”, diz Waldinger ao encerrar sua apresentação (clique AQUI para assistir).

Neste ponto, é importante considerar que a arquitetura e a decoração do ambiente de trabalho têm pesos indispensáveis na construção de um espaço capaz de incentivar boas relações. Também palestrante do TED, a arquiteta Jeanne Gang alerta que é preciso repensar a arquitetura moderna. “A maioria das pessoas pensa que arquitetos criam prédios e cidades, mas o que nós realmente desenhamos são relacionamentos”, mencionou em sua palestra apresentada em meados de 2016 (clique AQUI para assistir).

E quando Jeanne diz isso, ela se refere à construção de ambientes que promovam a integração. Quando a especialista desenhou o Aqua Tower, um arranha-céu em Chicago (EUA) voltado a jovens profissionais urbanos, ela pensou em um projeto que fomentasse as relações entre os vizinhos, estimulando que eles interagissem e trocassem mais experiências e conhecimentos. Com 700 apartamentos, o prédio conta com varandas que funcionam como conectores sociais. Pronto desde 2010, reflete em um novo efeito social positivo na comunidade, estimulando até mesmo a criação de novos grupos e de novos projetos coletivos.

Ao trazer esse conceito para a arquitetura corporativa, retomamos ao ponto da humanização dos espaços de trabalho que, muito mais flexíveis, também estimulam o contato entre os colegas ao propor break out spaces para reuniões e encontros mais informais, salas de descompressão e relaxamento para pequenos momentos de descanso, e pontos de encontro espalhados pelo escritório ocupando desde o hall dos elevadores até corredores e escadarias. “Grandes prédios não necessariamente funcionam como prédios sociais. Eles podem parecer isoladores e privativos”, comenta Jeanne em sua palestra enfatizando que a arquitetura tem sim o poder de transformar e que o arquiteto deve se auto encarar como um construtor de relacionamentos.

A amplitude de pensamento durante o processo de criação dos projetos corporativos é o que leva a esse conceito de humanização. Ao planejar o espaço como se fosse uma grande cidade, é possível criar uma diversidade maior de ambientes. Empresas são feitas por pessoas e fomentar os relacionamentos da forma mais positiva possível é o papel da arquitetura corporativa.

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