Durante algum tempo houve um certo questionamento no mercado imobiliário: agora que muita gente aprendeu a trabalhar de casa, as empresas vão entregar seus escritórios e os prédios comerciais ficarão abandonados? Passados dois anos do início da pandemia, entre altos e baixos no número de casos de covid-19, esse apontamento já nem existe mais. Os escritórios seguirão como ponto focal dos negócios, extremamente necessários estrategicamente e para a aderência da equipe à cultura da empresa.
Em entrevista para a Época Negócios, Tiago Alves, CEO da Regus&Spaces Brasil, afirmou que todos os modelos de escritórios seguirão protagonistas. “Os espaços flexíveis servirão para atender o trabalhador híbrido, que não tem mais necessidade de uma mesa ou cadeira diária para chamar de sua e quer flexibilidade para escolher onde trabalhar. Os espaços fixos, matrizes das empresas, terão o papel de integrar e fomentar a cultura das companhias”, disse.
Essa afirmação de Alves está alinhada com o pensamento de Lisandra Mascotto, da RS Design. Na visão da executiva, as empresas também perceberam que precisam se adequar à nova realidade e às expectativas dos mais jovens talentos. “O espaço físico se tornou um grande benefício a ser oferecido pela empresa como espaço de fomentação de ideias e inovação”, diz.
Além disso, o que podemos perceber é que os escritórios nunca deixarão de ser um excelente ponto de encontro entre os times. O que é muito importante para o engajamento e a produtividade dos colaboradores. “Se existia alguma dúvida, hoje não há mais. O mercado imobiliário se estabilizou e vemos muitas empresas buscando arquitetos para reformular seus projetos internos a fim de atender às novidades que estão se concretizando”, comenta Lisandra.
Uma prova desse movimento está no número de empresas que não entregaram seus espaços, mas planejam mudanças. A XP, por exemplo, está construindo um novo espaço de trabalho no interior de São Paulo. Quais os objetivos? Um ambiente integrado com a natureza, autossustentável para ser o ponto de encontro dos profissionais para atividades de integração e treinamentos. Bingo! Exatamente o que parece ser a maior tendência do mercado.
Isso sem falar no alto cuidado com o conforto acústico dos ambientes. Hoje em dia, esse conforto é primordial e, para auxiliar na elaboração dos layouts, existem inúmeros produtos no mercado que vão desde baffles e nuvens que auxiliam na filtragem dos ruídos até mesmo cabines para a realização de chamadas telefônicas e videoconferências de forma a não atrapalhar o restante do time. “Essas cabines são a bola da vez nos escritórios, principalmente para as videochamadas cada dia mais rotineiras entre a turma que está presencial e aqueles que estão remotamente”, completa Lisandra.
Por fim, é um momento em que profissionais que atuam com arquitetura e design corporativo devem ficar atentos, pois a demanda pela contratação de suporte para assegurar essas mudanças deve crescer.