Arquitetura é arte, mas é também responsabilidade social.No dicionário, são diferentes definições que vão desde a técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar os diversos tipos de atividades humanas até um conjunto de elementos que perfazem um todo. Mas não há como fugir de uma definição que, mesmo sendo ampla, é indispensável: a arquitetura é feita por humanos e para humanos.
Isso significa que a base de todo projeto arquitetônico está em suprir uma demanda de um ser vivo. E, para isso, nada melhor do que compreender – de forma cada vez mais profunda – os anseios desses seres vivos.
Falando assim, chegamos ao conceito da neuroarquitetura (se você não está familiarizado com ele, acesse ESSE POST para entender de forma mais clara o que é a neuroarquitetura). A neurociência aplicada a arquitetura contribui com essa compreensão sobre como o espaço físico interfere no ser humano. E, a partir desses estudos, chegamos a uma fase em que a arquitetura se tornou ainda mais multidisciplinar.
E é por isso que afirmamos: arquiteto, seja multidisciplinar. A arquitetura moderna exige muito mais do que o currículo das universidades oferece. É preciso expandir os horizontes e passar a estudar muito mais do que formas e cálculos.
Hoje, um arquiteto que compreende a necessidade de mergulhar nas reações – e relações – humanas está constantemente em contato com outros tantos mercados e profissões.
Mas que tipo de cursos, palestras e seminários são interessantes? Todo e qualquer conteúdo que fale sobre seres humanos e suas relações com o ambiente. O melhor é não ficar restrito a estudar a arquitetura apenas, abrindo espaço para conhecimentos mais amplos e interdisciplinares.
É importante acompanhar as tendências de sustentabilidade, por exemplo, para entender como podemos incorporar a natureza aos espaços construídos e, assim, otimizar a relação do homem com a natureza. Você já ouviu falar sobre o déficit de natureza? Caso não conheça esse termo, clique AQUI pois temos um post específico sobre o assunto, visto que os arquitetos têm competência e capacidade para minimizar esse problema crescente.
A neurociência, que estuda o nosso sistema nervoso, promove estudos com grande apelo para os arquitetos, principalmente para aqueles que atuam com arquitetura corporativa e precisam entender como o espaço impacta o nosso cérebro. Somada a ela, está a psicologia. E o arquiteto que estuda psicologia ganha um novo diferencial, visto que essa é a área do conhecimento responsável por estudar o comportamento do homem e, também, suas funções mentais com o objetivo de compreender grupos e indivíduos pelo estabelecimento de princípios universais.
Ainda dentro da neurociência, estão atreladas muitas informações de outras áreas do conhecimento como medicina, linguística, filosofia, comunicação e antropologia.
E acompanhar os estudos sobre relações humanas realizados por equipes de neurocientistas e psicólogos leva o arquiteto a melhor entender o que faz o homem a agir deste ou daquele modo. E tudo isso impacta positivamente na construção de um ambiente muito mais assertivo para cada necessidade.
Portanto, esteja aberto a outras áreas e jamais se limite a estudar apenas a arquitetura em sua base mais sólida, pois relações humanas permeiam todos os mercados. E isso exige muita dedicação dos profissionais de arquitetura, mas os leva, também, a serem profissionais muito mais amplos e competentes.
Todo esse contexto pode ser resumido em um trecho do livro “A dimensão oculta” escrito pelo antropólogo americano Edward Hall que diz: “O homem e suas extensões constituem um sistema inter-relacionado. É um erro agir como se os homens fossem uma coisa e sua casa, suas cidades, sua tecnologia, ou sua língua, fossem algo diferente”.
