Quando passamos a detalhar a arquitetura corporativa, não devemos nos limitar a pensar em projetos de escritórios. A área da saúde está sempre ativa e com inúmeras necessidades que podem ser atendidas plenamente por arquitetos e designers dedicados a encontrar as melhores soluções para garantir que hospitais, clínicas e consultórios tenham ambientes acolhedores e ao mesmo tempo dinâmicos e funcionais.
Nesses projetos a estética é sim muito importante e deve passar, acima de tudo, uma sensação de seriedade e limpeza, afinal estamos lidando com a saúde dos usuários. “É importante causar sensações boas a quem frequenta e ao mesmo tempo potencializar os processos de atendimento. A ideia é sempre elaborar locais que recebem bem, pautados na funcionalidade, alta segurança e fluxo apropriado para usuários e atendentes”, explica a arquiteta Luciana Olesko, da Olesko e Lorusso Arquitetura de Interiores, profissional especializada neste tipo de projeto.
Como porta de entrada e responsável pela primeira impressão, a recepção desses ambientes precisa estar muito bem planejada. Primeiro para garantir que, ao chegar, o paciente tenha muito claro qual é o caminho que deve percorrer para ter um atendimento rápido e otimizado. Para isso, balcões de recepção, que são o primeiro contato durante o atendimento, contribuem com a identificação e com a organização do espaço. Além disso, a sala de espera precisa ser confortável, com assentos que acomodem bem as pessoas, sejam eles sofás, poltronas ou pufes. A dica é jamais esquecer da somatória “decoração” mais “viabilidade de uso”.
Muito comum em ambientes de saúde, espaços kids ou pequenas brinquedotecas contribuem para distrair as crianças enquanto elas aguardam a realização dos procedimentos. No caso, é importante lembrar que o local deve ser planejado para que seja facilmente organizável e higienizável, visto que crianças tendem a colocar as mãos no chão, nos brinquedos e depois leva-las à boca e estamos falando sobre um local onde há pessoas doentes e a proliferação de vírus e bactérias deve ser minimizada completamente.Pensando no ambiente como um todo, que envolve além da recepção e salas de espera as salas de triagem, atendimento e até mesmo os quartos de internação, Maria Fernanda Lorusso, também sócia da Olesko e Lorusso Arquitetura de Interiores, dá algumas dicas: “Em quartos, procure usar cores, revestimentos e iluminação que gerem ambientes calmos e propícios ao descanso; em salas de atendimento, exames e procedimentos médicos, opte por iluminação inteligente e eficiente. Os revestimentos escolhidos devem evitar a proliferação de germes, respeitando as regras da Anvisa e dos órgãos de vigilância sanitária”.
A questão das normas, mencionada por Maria Fernanda, é algo muito importante e que deve ser amplamente debatida durante a fase de projeto. Para a autorização de funcionamento de clínicas de vacinas particulares, por exemplo, é necessário que o espaço tenha paredes totalmente azulejadas, piso frio lavável (como mármore, granito ou cerâmica), pias unicamente de granito, mármore ou aço inox e eliminação de cortinas, fontes de calor e de luz solar direta.
A arquitetura é um ramo que exige muito estudo e dedicação para acompanhar as mudanças legislativas e de tendências. Manter-se atento ao mercado é uma das funções do arquiteto que tem capacidade para atender qualquer demanda de qualquer formato de ambiente, inclusive os mais específicos direcionados ao atendimento de saúde da população.