
Os registros históricos mostram que modelos similares às cadeiras de rodas que conhecemos hoje já existiam na antiguidade, tanto entre os gregos quanto entre os chineses. No entanto, essas cadeiras tinham um propósito distinto: proporcionar conforto à realeza, sendo utilizadas como um meio de transporte carregado por serviçais. Apenas com o avanço da engenharia e da compreensão sobre mobilidade, esses dispositivos passaram a ser desenvolvidos para pessoas com deficiência, revolucionando sua autonomia e qualidade de vida no contexto da saúde.
Desde então, a evolução das cadeiras de rodas tem sido notável: materiais mais leves, modelos dobráveis e elétricos, designs ergonômicos e tecnologias que ampliam a independência de seus usuários. Mas a grande questão é: o ambiente construído evoluiu na mesma proporção?
Ambientes acessíveis ainda são um desafio
A realidade é que tanto as residências quanto os espaços corporativos ainda estão aquém do ideal em termos de acessibilidade. No ambiente de trabalho, onde a inclusão deve ser um pilar essencial, é imprescindível garantir que pessoas com mobilidade reduzida tenham as mesmas condições de conforto e produtividade que qualquer outro profissional.
A inclusão no ambiente corporativo não se trata apenas de atender às normas técnicas, mas sim de promover um espaço que realmente possibilite a plena participação de todos. Isso exige um olhar atento tanto para a estrutura física quanto para o layout e o mobiliário.
O que precisa ser feito?
1. Infraestrutura acessível
- Corredores amplos que permitam a circulação sem obstruções;
- Rampas com inclinação adequada e corrimãos para apoio;
- Banheiros adaptados com barras de segurança e espaço adequado para manobras;
- Eliminação de pequenos desníveis e degraus entre salas e ambientes;
- Portas com largura suficiente para permitir a passagem de cadeiras de rodas.

2. Mobiliário adequado
- Mesas com altura ajustável para garantir um ângulo ergonômico entre as mãos e os cotovelos (cerca de 90º);
- Espaço livre de pelo menos 50 cm de profundidade sob as bancadas de trabalho para acomodação da cadeira de rodas;
- Cadeiras ergonômicas que proporcionem conforto e suporte adequado;
- Evitar armários suspensos para itens de uso cotidiano, garantindo que tudo esteja ao alcance de todos.
3. Tecnologia e acessibilidade digital
- Equipamentos de áudio e vídeo com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida;
- Estimulação do uso de comandos de voz para automação e tarefas do dia a dia;
- Liberação via reconhecimento facial em altura que atenda também às pessoas em uso de cadeira de rodas;
- Sistemas de sinalização e informações visuais acessíveis para todos os colaboradores.

Acessibilidade: Um investimento em diversidade e eficiência
Criar espaços corporativos verdadeiramente inclusivos não é apenas uma questão de cumprir legislações, mas sim de proporcionar bem-estar, valorizar a diversidade e ampliar a produtividade no ambiente de trabalho.
Ao investir em acessibilidade, as empresas garantem que todos os seus colaboradores possam desempenhar suas funções com conforto e segurança, promovendo um ambiente mais justo e eficiente. A evolução das cadeiras de rodas já aconteceu; agora, é hora dos escritórios acompanharem esse progresso.