A ciência avança a passos largos e muitos especialistas têm dedicado horas de estudo à melhor compreensão sobre o que torna o ser humano feliz. Anatomicamente, dizem que o grande “culpado” pela felicidade é o hipotálamo, região cerebral responsável pela produção de oxitocina e, consequentemente, por gerar, dentro de nós, essas sensações de prazer.
Na psicologia positiva, conceito fundado no final da década de 1990 nos Estados Unidos, há a ideia de trabalhar visões que aumentem a motivação das pessoas e, como consequência, ampliem suas capacidades de evolução. Reconhecido como um dos pioneiros a trabalhar essa questão, Martin Seligman (que você pode assistir clicando AQUI) afirma ser necessário preocupar-se tanto com as forças do ser humano quanto com suas fraquezas: “A ciência da psicologia positiva é a ciência que faz a vida valer a pena”.
Trazer os conhecimentos de Seligman para dentro da arquitetura é um dos pontos que podem contribuir para a transformação do ambiente de trabalho em um local mais humanizado, harmonioso e produtivo. Se é preciso fazer a vida valer a pena, é preciso garantir que todos os profissionais que passam cerca de 1/3 de suas vidas trabalhando estejam felizes e satisfeitos.
Para Gaya Machado, doutoranda em Psicologia e especialista em Psicologia Positiva, a felicidade é o que leva ao sucesso, e não o sucesso que leva a felicidade. “Cultivar um estado mental positivo estimula nossa motivação, eficiência, resiliência, criatividade e produtividade”, explica reforçando que hoje sabe-se que a felicidade não é algo condicional, ou seja, ser feliz ou infeliz não está relacionado a circunstâncias externas.
Voltamos, então, ao papel da arquitetura para garantir a felicidade dos colaboradores das empresas e, de forma direta, impactar no sucesso da companhia. Hoje, com a tecnologia vencendo a barreira do horário de expediente, é ainda mais importante promover um ambiente de trabalho saudável, confortável, aconchegante e feliz. Publicado pela Universidade de Warwick, o estudo Happiness and Productivityé categórico ao dizer que a felicidade aumenta, em média, 12% a produtividade dos trabalhadores.
O que o arquiteto pode aplicar no projeto corporativo para tornar o ambiente de trabalho mais aberto à felicidade?
– Design harmonioso – Investir em cores agradáveis, espaços amplos, organizados e que permitem (e estimulem) a boa circulação;
– Flexibilidade – Permitir que o profissional tenha liberdade para trabalhar em diferentes locais, que tenha espaços dedicados à realização de suas diferentes atividades, sejam individuais ou coletivas;
– Descompressão – Criar locais estratégicos para que esses trabalhadores possam relaxar a mente e o corpo e, assim, retomar suas atividades estratégicas com mais motivação e criatividade;
– Iluminação natural – Sempre que possível permitir que a iluminação natural adentre o espaço corporativo, pois já foi cientificamente comprovado que o sol aumenta os níveis de felicidade do ser humano.
Aprenda mais sobre a ciência da felicidade
Você sabia que um curso que ensina a ser feliz é um dos mais disputados de toda a história da Universidade de Yale, nos Estados Unidos? Somente em um semestre mais de 1.200 alunos graduandos se inscreveram para assistir às aulas.
Quem comanda o curso é a psicóloga Laurie Santos que uniu momentos de teoria e algumas atividades práticas que envolvem desde a realização de atos de bondade até meditação, exercício físico, e investimento em boas noites de sono e criação de novas relações sociais.
Para quem está no Brasil e ficou curioso sobre o que o curso de Yale oferece, Laurie disponibilizou uma palestra no YouTube. Assista AQUI. Além disso, o curso intitulado The Science of Well-Being agora está disponível na Internet e todos os interessados podem acessá-lo AQUI. Uma ferramenta interessante para os arquitetos que estão interessados em neuro-arquitetura e querem aplicar o que ensina a ciência da felicidade em seus projetos residenciais e corporativos.