É natural que a sociedade seja dividida em gerações, visto que os contextos históricos vão mudando com o passar das décadas promovendo alterações significativas na forma como o ser humano enxerga o mundo e lida com a rotina. No mercado atual de trabalho, inclusive, garantir uma convivência harmoniosa entre as diferentes gerações tem sido um desafio. Principalmente com a chegada da geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) ao mundo corporativo.
Optamos, então, por abordar no post de hoje, alguns dos principais aspectos arquitetônicos e estruturais dos escritórios que atraem essa nova leva de jovens talentos. O primeiro ponto que precisamos observar é que esses profissionais estão continuamente imersos em tecnologia e dão muito valor às relações interpessoais.
Segundo pesquisa da consultoria McKinsey, os trabalhadores da geração Z relatam, mais do que outras gerações, problemas que impedem a realização do trabalho com eficiência. O que o estudo diz é que esses jovens aparentam ter mais dificuldade para serem eficazes em suas atividades profissionais do que a população em geral. Entre os pontos elencados estão: ambiente de trabalho hostil, problemas de saúde mental, acesso a transporte, problemas físicos e incapacidade de se doar completamente ao trabalho.
Pensando nessas dificuldades, o escritório pode ser repensado para que os jovens encontrem algumas soluções para pelo menos três de seus problemas.
1 – Fim do ambiente hostil – Promover espaços dedicados à socialização pode ajudar a desconstruir esse pensamento de que o trabalho é um local de hostilidade. Para isso, espaços para café mais acolhedores, refeitórios mais amplos e receptivos, mais salas de reunião para pequenos grupos trabalharem, espaços colaborativos e salas de descompressão que estimulam a interação podem ser úteis.
Além disso, a construção de um ambiente horizontalizado, onde há uma redução da hierarquia visual, também auxilia. Quando todos os níveis trabalham lado a lado, há muito mais harmonia e todos se sentem igualmente importantes.
2 – Garantia de saúde mental – Quando pensamos em preservação da saúde mental, o ambiente também tem papel fundamental. Locais ruidosos são sinônimos de estresse. E, hoje em dia, já existem soluções eficientes para melhorar o conforto acústico até mesmo de escritórios open space sem prejudicar a estética. É possível adotar baffles, grids, nuvens, painéis, divisores para mesas e para ambientes, biombos e até mesmo luminárias que ajudam a filtrar e reduzir os ruídos desagradáveis. Isso sem falar nas cabines acústicas, ideais para trabalhos que exigem mais concentração e que podem ser instaladas até mesmo em locais menores.
3 – Saúde física em dia – Para que uma pessoa possa estar saudável, ela precisa ter suas necessidades básicas atendidas e o espaço de trabalho tem obrigação de garantir muitas delas. O primeiro ponto que abordaremos diz respeito às refeições. Por lei, empresas com mais de 300 colaboradores são obrigadas a oferecer um refeitório. Porém, a decisão de criar um espaço adequado para as refeições pode ser adotada por todas as companhias, independentemente de seu porte. Refeitórios humanizados, além de promoverem um horário agradável para a alimentação, podem também ser utilizados tanto para a promoção das interações entre os times quanto durante atividades individuais. Para isso, basta planejar um ambiente com ar mais residencial e menos industrial.
O incentivo à prática de atividades físicas também entra como fator promotor de saúde. Muitas empresas têm instalado salas para prática de exercícios e até mesmo ofertado personal trainer para os trabalhadores interessados em dedicar alguns minutos do dia a movimentar o corpo. Essa é uma ótima proposta. Porém, nem sempre é viável para todas as corporações.
Ainda pensando em movimento, o que a empresa pode fazer é estimular que os trabalhadores percorram o espaço do escritório ao longo do dia. Para isso, pode criar espaços diferentes de trabalho mesclando mesas individuais com mesas compartilhadas, salas para trabalho focado, cabines acústicas para atividades de concentração e realização de ligações e videoconferências, salas de reunião, arquibancadas, e espaços com assentos diversificados (poltronas, pufes, bancadas altas, sofás, etc). Isso estimulará o trabalhador a não permanecer sentado no mesmo local durante todo o expediente.
Essas são apenas algumas das possibilidades arquitetônicas que as empresas podem adotar para agradar os jovens talentos da geração Z. Existem muitas outras ideias que podem ser trabalhadas junto às equipes de recursos humanos (que, como falamos NESSE POST, ganham cada vez mais ar estratégico) para que esses trabalhadores se sintam motivados e produtivos.