Como o boom do ESG impacta a arquitetura e a vida dentro dos escritórios?

Tendências
Inclusão de verde, bom aproveitamento de luz natural, projeto luminotécnico baseado em led, investimento em áreas de interação entre os colegas e ambientes horizontalizados são apenas algumas das alternativas de um projeto de arquitetura corporativa focado nas demandas ESG.

Até um tempo atrás, as corporações estavam focadas em promover ações exclusivamente de sustentabilidade, visto que naquele momento a preocupação com o meio ambiente estava sendo despertada. Porém, em 1960, o termo ESG (Environmental, Social and Governance, ou Meio Ambiente, Social e Governança na tradução para o português) foi cunhado e, há alguns anos, ganhou corpo fazendo com que as empresas deixassem de pensar em estratégias isoladas para redução do impacto de suas atividades na natureza para planejar algo muito maior que envolvesse também a sociedade e questões relacionadas à gestão corporativa. Com tudo isso, o ESG passou a ser um parâmetro importante para investimentos.

Para conseguir cumprir as demandas que surgiram juntamente com esse contexto, muitas empresas criaram departamentos exclusivos para práticas ESG ou, ao menos, comitês com membros e lideranças capazes de debater temas voltados a essa agenda. E essas pessoas já notaram que para construir uma empresa preocupada com o ambiente, com a sociedade e com seus processos internos, é preciso investir no layout dos seus escritórios.

Por ser uma preocupação mundial e ativa há mais tempo, os investimentos na letra “E”, ou seja, no “Environment” ou no meio ambiente, são mais frequentes e até mesmo profundos. Principalmente agora que vivemos uma era que reconhece os perigos das mudanças climáticas e a ameaça que uma vivência despreocupada, extremamente poluente e sem reduzir desperdícios e impactos representa para a existência humana.

Pensar em um escritório sustentável hoje em dia exige muito mais do que parâmetros básicos como projetos luminotécnicos baseados em melhor aproveitamento da luz natural, sensores de presença e lâmpadas de led. É preciso oferecer uma visão holística que fundamente todas as decisões adotando, por exemplo, materiais sustentáveis, de fontes renováveis e até mesmo recicláveis; infraestrutura e equipamentos eletrônicos com baixo consumo energético; melhor aproveitamento dos recursos naturais como ventilação e iluminação; sistema inteligente de separação de resíduos acessível a todos os colaboradores; e utilização de madeira com procedência comprovada.

Quando há bom aproveitamento da iluminação e ventilação naturais – assim como nesse escritório planejado com mobiliário da RS Design -, é possível reduzir o consumo energético com ar condicionado e iluminação artificial.

No âmbito social, as empresas atuam tanto com o público interno quanto com o externo. Para o interno, ocupantes dos escritórios, é preciso incentivar a formação de laços afetivos, mas ir mais além. Pensar em diversidade pode ser um dos melhores caminhos para quem está iniciando essa mudança de conceito. Preparar o espaço para receber bem todos os perfis de trabalhadores é essencial. E, aqui, vale considerar gênero, orientação sexual, faixa etária, origem, raça, religião e questões sociais, como por exemplo, espaços adequados para puérperas que acabaram de retornar ao ambiente de trabalho e tem demandas de amamentação.

Já para a governança, o layout dos escritórios tem mais ainda a contribuir. Repensar os processos internos voltando os holofotes para a transparência, a equidade, a responsabilidade e a prestação clara de contas, por exemplo, exige instalações que contribuam com a ética corporativa (principalmente em cenários onde há o trabalho híbrido e a troca de informações diariamente via Internet) e ambientes mais horizontalizados, que reduzem os impactos negativos da hierarquia. 

Considerando todas essas questões, é preciso reforçar dois pontos principais. O primeiro deles é que a mudança do layout deve acompanhar uma mudança da cultura corporativa. Um ambiente somente poderá contribuir com os pilares ambiental, social e de governança se as lideranças tiverem essa atuação de forma uníssona. O espaço reflete a missão, a visão e os valores da companhia. Não há como ter um local totalmente adequado às demandas ESG se as equipes não estiverem plenamente alinhadas nesse sentido.

Para atender à necessidade de alguns grupos que careciam de momentos privativos em um ambiente open space, a Pellon & Associados Advogados, neste projeto desenhado com mobiliário da RS Design, investiu nas cabines acústicas.

O segundo é que os arquitetos e designers devem começar a considerar as demandas ESG antes mesmo de iniciar a construção de um projeto, ainda durante o papo inicial com o cliente. Mostrar que a arquitetura e o layout dos espaços podem contribuir com essas estratégias hoje tão relevantes às companhias será um ponto extremamente positivo para a construção de uma boa relação com esses empresários. Isso sem falar que não se trata apenas da construção de novos empreendimentos. As empresas já existentes e com seus escritórios em pleno funcionamento também precisam de adaptações. Então, estar atualizado é um ponto muito importante para o profissional de arquitetura se destacar com seus projetos.

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