Lulu Santos já dizia: tudo muda o tempo todo no mundo. E ele tinha razão inclusive quando pensamos no ambiente corporativo. Assim como na letra de “Como uma onda”, canção famosa na voz do artista, “tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo“. E o arquiteto que quer garantir sucesso em seus projetos precisa estar atento à todas essas modificações constantes.
Recentemente, por exemplo, o Portal G1 publicou uma matéria falando sobre como o trabalho hibrido alterou a dinâmica das cidades. O texto dizia que, diferentemente do que encontrávamos antes da pandemia de covid-19, o dia de maior movimento tanto no trânsito quanto nos bares para happy hour é a quinta-feira (antigamente, nas sextas-feiras é que tudo isso acontecia).
Há alguns meses, as empresas voltaram a solicitar a presença dos colaboradores alguns dias por semana nos escritórios. E pesquisas já comprovam que, de fato, há mais gente nos ambientes corporativos. De acordo com a matéria do G1, a plataforma de gestão Deskbee identificou aumento de quase 50% nas reservas de estações de trabalho no primeiro semestre de 2023 quando comparado com o mesmo período do ano passado. E 65% dessas reservas acontecem nas quartas e nas quintas-feiras.
Temos, então, dois dias na semana onde há mais gente frequentando as instalações corporativas. E essas pessoas precisam de motivação para ir ao escritório desenvolver suas atividades em grupo de forma produtiva. O post de hoje é para isso! Vamos falar sobre como transformar o escritório em um hub de encontros com estratégias para a promoção de quatro níveis de conforto essenciais para a elaboração de um ambiente acolhedor, sedutor e, acima de tudo, saudável.
Conforto físico
Ofereça um ambiente diversificado e com opções para a ocupação. Mantenha, claro, as estações de trabalho extremamente ergonômicas para quem prefere ter uma cadeira confortável e uma mesa padrão para trabalhar. Mas oferte, também:
- Bancadas compartilhadas para que as pessoas aproveitem esse momento de encontro entre os pares;
- Refeitórios humanizados para tornar o período das refeições ainda mais agradável (até mesmo porque sabemos que hoje em dia mais pessoas estão optando por levar suas refeições de casa conforme falamos NESSE POST);
- Cabines para que eles tenham um refúgio de silêncio e concentração para atividades que exigem esse cenário;
- Salas de descompressão para a troca de experiências sociais e para o momento de relaxamento necessário em jornadas intensas de trabalho;
- Salas de reuniões mais enxutas para estimular o trabalho em grupo das equipes.
Conforto acústico
Sair do silêncio de casa para trabalhar em um ambiente extremamente ruidoso é desagradável e prejudicial à saúde. Faça uma análise do nível de barulho encontrado no escritório e busque as melhores soluções para amenizar esse problema. Hoje em dia há muitos produtos tecnológicos e acústicos capazes de transformar os ambientes. Entre eles:
- Baffles
- Grids
- Nuvens
- Painéis
- Divisores para mesas (fixos ou portáteis)
- Divisores para ambientes
- Luminárias
- Biombos
Conforto mental
Assim como o barulho pode ser um desencadeador de estresse, outros fatores comuns ao ambiente de trabalho podem prejudicar a saúde mental dos ocupantes. Nem todos eles são solucionáveis por meio da arquitetura corporativa, mas, um layout bem planejado, pode amenizar diferentes situações.
- A sociabilidade é importante para a saúde mental, visto que seres humanos são seres sociais, então um ambiente corporativo que estimula o contato entre os pares através de salas de jogos, refeitórios agradáveis e pontos de encontro nos corredores é muito bem-quisto;
- O contato com a natureza é outro promotor de bem-estar, ou seja, um ambiente planejado seguindo os preceitos do design biofílico pode auxiliar os trabalhadores a manter a mente arejada e tranquila;
- Áreas de descompressão são famosas por ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e aumentar o bem-estar.
Conforto estético
Por fim, mas não menos importante, precisamos lembrar do conforto estético. Trabalhar em um local visualmente agradável é promotor de felicidade. Para isso, o arquiteto deve resgatar alguns dos conceitos da neuroarquitetura atrelados a aprendizados da universidade, criando um ambiente saudável e bonito.
- As cores exercem um papel forte na construção da beleza de um espaço, mas também na geração de sensações, o que torna a definição dos tons um fator estratégico para a arquitetura corporativa;
- A identidade visual do escritório deve combinar com as características da marca para criar um ambiente de reconhecimento tanto entre os colaboradores quanto para parceiros e clientes;
- A adesão a pequenos ares domésticos tende a gerar conforto estético e, portanto, muitas empresas têm adotado mobiliários mais fluidos e leves como sofás, pufes e até mesmo bancadas e bistrôs mais semelhantes aos móveis escolhidos para a composição de uma residência.
Por fim, a estratégia, hoje, momento em que vivemos uma opção em massa pelo trabalho híbrido – que mescla o remoto ao presencial – está em reconhecer as necessidades de cada equipe criando soluções para cada uma delas. E a construção de um ambiente que estimule os encontros corporativos é uma das demandas mais comuns da atualidade.