Estamos assistindo a um boom de coworkings em todo o mundo. Os espaços para trabalho compartilhado, que tem sido opção de empresas e de profissionais autônomos que buscam locais mais adequados para desempenhar suas atividades.
Os coworkings haviam perdido força durante a pandemia, momento em que muita gente aderiu (forçada ou espontaneamente) ao trabalho remoto, mas agora ganharam fôlego. Segundo o International Workplace Group (IWG), empresa responsável por espaços de coworking em diversos países, houve aumento de 93% na busca por locais de trabalho coletivo no primeiro trimestre de 2022.
Como as pessoas começaram a trabalhar em casa e, na sequência, perceberam que não tinham a infraestrutura adequada para o trabalho – pesquisa recente da Universidade de Leeds demonstrou que 27% dos trabalhadores não contam com um local de trabalho doméstico apropriado – uma das opções foi aderir ao modelo do coworking, onde se paga um valor por dia, semana ou mês e todas as necessidades estruturais, como mesas, cadeiras, internet, salas de reunião, água e espaço para refeição, são atendidas.
Com o aumento da procura, há o crescimento dos espaços de trabalho e aqui é preciso ligar um alerta: montar um coworking adequado exige planejamento, conhecimento técnico e, principalmente, preocupação com a estrutura que será oferecida. Se os trabalhadores estão saindo de suas casas em busca de estrutura, eles precisam encontrar conforto, bem-estar, funcionalidade e, porque não, flexibilidade.
Portanto, listamos alguns pontos que precisam ser pensados na hora de estruturar um coworking:
Ergonomia
Os trabalhadores precisam ter, à disposição, estações ergonômicas de trabalho, o que envolve uma boa bancada, na altura ideal, e cadeiras que se encaixam perfeitamente nas posições. Mesmo que o local seja mais “descolado” e opte por estruturas alternativas como sofás, banquetas e poltronas, é importante disponibilizar as mesas tradicionais para quem busca esse conforto.
Praticidade e flexibilidade
O coworking precisa ser prático e flexível para atender diferentes perfis de profissionais. Para isso, considerando que algumas posições de trabalho serão fixas e outras não, é interessante ofertar lockers onde as pessoas que não contratam as estações fixas possam armazenar seus pertences sem tumultuar o ambiente e até mesmo ocupar mais do que o seu próprio espaço. Além disso, o local precisa ter banheiros suficientes para os ocupantes e uma estrutura que permita a realização de refeições sem incomodar – com barulho ou cheiros – os presentes.
Também são interessantes áreas mais informais, para que as pessoas trabalhem por certo período em assentos diferenciados, levando consigo apenas os seus eletrônicos. Isso estimula a criatividade e também um possível networking numa conversa informal.
Conforto sonoro
Um local com pessoas diferentes, realizando atividades diferentes, pode se tornar bastante ruidoso. Pensando que algumas pessoas acabam falando mais ao telefone, outras se movimentam mais ao longo do dia, e outras permanecem em silêncio, é importante entender e planejar soluções acústicas para que o local seja sonoramente agradável. Nesse caso, as estratégias adotadas dependerão do pé direito, do tamanho do espaço e até mesmo do número de estações de trabalho. Porém, independentemente disso, é possível incorporar baffles, grids e nuvens no teto; painéis nas laterais; divisores de ambientes e até mesmo divisórias de mesa que auxiliam no isolamento acústico.
Privacidade
É natural que todos os trabalhadores, em algum momento, precisem atender a uma ligação ou videochamada. Para evitar que essa pessoa tenha sua conversa exposta e para que o ruído proveniente dessa conversa não atrapalhe os demais, é interessante pensar na aplicação, no coworking, de cabines acústicas. Essas cabines ocupam pouco espaço e são extremamente úteis para usos em curtos períodos. Com isso, é possível garantir que a sala de reunião fique livre para, de fato, reuniões presenciais, e ao mesmo tempo ter um local adequado para esses atendimentos e garantir que o espaço aberto não tenha competição de vozes.
Por fim, o mais importante é que esse espaço de trabalho ofereça “algo a mais”, ou seja, um diferencial que faça com que as pessoas optem por trabalhar ali. Há, inclusive, espaços que extrapolam o ambiente de trabalho para oferecer, também, salas de regeneração, áreas para meditação ou prática de atividade física. O importante, no final das contas, é se destacar dos demais nesse segmento que está altamente competitivo. E um projeto bem planejado, com foco nas necessidades das pessoas e um belo diferencial têm boas chances de sucesso!