Como funciona o nosso processo criativo? Será que ser criativo é uma característica nata de pessoas privilegiadas? Ou podemos trabalhar para conquistar essa tão sonhada qualidade? Estudiosos acreditam que a criatividade não é exclusividade de gênios e que, sim, é possível melhorar nossos processos cognitivos a fim de ter mais estímulos capazes de gerar novas ideias.
Entre tantas e tantas atividades que podem ser feitas por cada um de nós, há também o que o ambiente pode fazer para impactar positivamente as pessoas. E se o ambiente pode ajudar, é natural que os especialistas em arquitetura corporativa fiquem atentos às dicas de como construir equipes a cada dia mais criativas.
Selecionamos três dicas bastante úteis para que as empresas brasileiras possam competir de igual para igual com as principais nações criativas do mundo. Confira!
Consumir conteúdo diversificado e investir na colaboração – Sair da zona de conforto para ler e consumir conteúdos que não necessariamente estão dentro da rotina é benéfico para o cérebro humano. Como o ambiente de trabalho pode ajudar a construir essa cultura? Promovendo espaços compartilhados nos quais os diferentes departamentos das empresas possam conviver em harmonia.
Em um escritório de advocacia, por exemplo, que tem áreas segmentadas para atender a cada uma das vertentes de negócios, é bacana propiciar espaços compartilhados onde profissionais que atuam diariamente com direito trabalhista possam trocar experiências com outros trabalhadores que estão vinculados à área de direito internacional.
Em entrevista para a INC.com, Andrew Ng, ex-Google e agora do Baidu, reconheceu que inovação não está exatamente atrelada a características de gênios. “Descobri que sempre que tinha dúvidas do que fazer, lia muito e conversava com especialistas. Não sei como o cérebro humano funciona, mas é quase mágico. Quando você lê ou conversa o suficiente, novas ideias começam a surgir”, declarou.
Caminhar (e é só isso mesmo) – Um estudo apresentado em meados de 2014 pela Universidade de Standford descobriu que caminhar aumenta a inspiração criativa. Ao examinar os níveis de criatividade das pessoas enquanto elas caminhavam e comparar com esses níveis enquanto elas estavam sentadas, a produção criativa durante o movimento aumentou 60%.
O dado é impressionante e desperta uma necessidade de mudança no atual formato de trabalho, onde permanecemos a maior parte de nossa carga horária sentados. Até mesmo porque o estudo aponta que tanto faz caminhar ao ar livre ou caminhar dentro de casa ou do escritório. O resultado – positivo – é o mesmo, visto que é o ato de andar em si (e não o ambiente) o principal fator.
Agora imagine se, para somar, os ambientes dos escritórios nos quais as pessoas se locomovem foram estimulantes? Possivelmente as ideais criativas surgirão com ainda mais vigor e facilidade.
Tendo esse conhecimento, como os escritórios podem ajudar seus funcionários a serem mais criativos? Investir em um espaço de saúde agradável e com algumas esteiras que estimulem os colegas a trabalharem enquanto caminham – para reuniões de brainstorm, por exemplo, é uma excelente ideia – pode ser o caminho. Há no mercado, inclusive, soluções criativas e bem inovadoras.
Além disso, investir em ambientes flexíveis, sem mesas fixas pré-estabelecidas para cada colaborador, é uma excelente aposta. Quando os profissionais escolhem onde querem trabalhar e podem mudar de ambiente no decorrer do dia, conforme o tipo de tarefa que está desempenhando, ele encontra a oportunidade de caminhar de um lado ao outro da empresa, tem a chance de socializar com os colegas, ao mesmo tempo em que a criatividade é estimulada.
Mudar de ambiente (ou mudar o ambiente) – O estímulo visual diferente também é chave para a criatividade. Trabalhar periodicamente em diferentes áreas do escritório promete facilitar os processos criativos. Não à toa tantos projetos corporativos estão investindo em diversificação de ambientes de trabalho, apostando em locais adequados para trabalhar em escadarias, salas conectadas, pequenas salas individuais, pufes e refeitórios. Robert Epstein, psicólogo sênior de pesquisa do Instituto Americano de Pesquisa e Tecnologia Comportamental, disse em entrevista ao portal Entrepreneur, que “ter as mesmas paredes e as mesmas coisas postas à mesa, bem como ter sempre as mesmas pessoas ao nosso redor, não é bom para a criatividade”.
Outros tantos itens de um projeto corporativo auxiliam na construção de ambientes criativos. Aproveite para ler as matérias que publicamos e que falam sobre biofilia e o impacto positivo da natureza na nossa rotina como seres humanos. Clique AQUI para conferir!