A pandemia provocou mudanças drásticas nos modelos de trabalho atuais, mas os efeitos dessas alterações ainda estão sendo estudados. Entre essas mudanças está o home office, tão defendido mundo afora, mas que, sabemos, não é 100% perfeito. Além do isolamento que trabalhar em casa gera, será mesmo que não ir presencialmente ao escritório torna os trabalhadores mais produtivos? Uma matéria recente da The Economist traz novas pesquisas que garantem que não!
Segundo a publicação, em 2020 um estudo publicado por doutorandas da Universidade de Harvard, mostrou que funcionários de uma varejista on-line atendiam 8% mais chamadas quando trabalhavam em suas próprias casas do que quando estavam no escritório. Esse documento ganhou muita repercussão validando o pensamento de que home office era o futuro da motivação e dos bons resultados empresariais. Porém, pouco tempo depois, o artigo foi revisado e, com dados mais precisos, houve uma inversão de resultados: em vez de melhorar 8%, os trabalhadores apresentavam, no home office, uma queda de 4% na produtividade.
Além disso, a publicação final mostra que além de atender menos ligações, quem trabalhava remotamente também tinha um desempenho prejudicado, colocando os clientes em espera por mais tempo e fazendo com que eles tivessem de retornar as ligações por não terem seus problemas resolvidos.
E não foi esse o único estudo a colocar em dúvida os benefícios corporativos do home office. Outra publicação, dessa vez do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade da Califórnia avaliou trabalhadores da Índia chegando à conclusão de que aqueles que trabalhavam em casa eram 18% menos produtivos do que seus colegas do escritório. Produzido pela Universidade de Chicago em parceria com a Universidade de Essex, um terceiro estudo encontrou um déficit de produtividade de 19% nos funcionários remotos de uma empresa de TI da Ásia.
O fato é que um ambiente doméstico raramente é adequado à produção profissional. Além da infraestrutura normalmente precária para o bom desempenho no trabalho, o home office interfere nas relações interpessoais, fundamental para a saúde mental e para o desenvolvimento de muitas atividades colaborativas comuns ao ambiente corporativo. Tanto que um estudo, também de Harvard, mostrou um subdesenvolvimento do capital humano por conta do trabalho remoto somado a um declínio na aprendizagem. Isso significa que estar no escritório presencialmente ajuda a aprender mais rápido, ganhar mais habilidades e aumentar o ciclo social.
Todos esses estudos validam o posicionamento de muitas empresas globais – como Apple, Google e Meta – que têm solicitado que seus times voltem a frequentar os escritórios pelo menos alguns dias na semana.
Porém, não basta apenas trazer os trabalhadores de volta. É importante preparar os espaços físicos para serem atrativos a esse público que ficou acostumado a trabalhar remotamente, oferecendo diversos tipos de ambientes com soluções para necessidades de concentração ou interatividade, conforme a demanda.
Aqui no Espaço do Arquiteto temos diversas publicações que falam como preparar os escritórios para motivar pessoas nas atividades presenciais, demonstrando que esses espaços tendem a protagonizar a conexão entre as equipes e as atividades voltadas à inovação.
Separamos algumas publicações específicas sobre esse assunto:
– AQUI você confere como um escritório com ambientes flexíveis pode ser sedutor aos olhos dos colaboradores.
– AQUI citamos seis etapas para planejar o projeto arquitetônico dos novos escritórios.
– AQUI explicamos como espaços multifuncionais promovem bem-estar.