O Reino Unido está atento à todas as mudanças do mundo corporativo. Com as movimentações rápidas ocasionadas pela pandemia de COVID-19, o futuro a princípio era incerto. Porém, com os meses passando, estudiosos começaram a compreender melhor o comportamento humano frente ao vírus e, assim, puderam afirmar que no pós-pandemia, o trabalho híbrido seria o mais comum. Isso significa que assim que as pessoas estiverem vacinadas, teremos uma mescla entre o trabalho remoto e o trabalho presencial. Temos, inclusive, um post sobre esse assunto publicado AQUI.
Mas será que esse formato se mantém para sempre?
Em matéria publicada pela BBC, o centro de estudos britânico Center for Cities parece ter uma opinião já formada. Segundo os estudiosos, essa mistura entre ir ao escritório alguns dias por semana e nos outros permanecer trabalhando de casa tem prazo para terminar. Alguns analistas preveem um retorno aos antigos padrões de trabalho, quando todo mundo estava no escritório de segunda a sexta-feira.
À BBC, Paul Swinney, diretor de políticas e pesquisas da entidade, disse que enquanto o Reino Unido se recupera de todos os impactos causados pelo novo coronavírus, ele espera que as pessoas frequentem o ambiente de trabalho de três a quatro vezes por semana. Porém, complementou: “a longo prazo, estou bastante esperançoso de que veremos as pessoas voltando a trabalhar cinco dias por semana. A razão para isso é que um dos benefícios de estar no escritório é a interação com outras pessoas, ter novas ideias e compartilhar informações”.
Façamos um adendo aqui, logo após mencionar a declaração de Swinney: vocês já leram nosso post sobre a medicina do estilo de vida? Se não leram, cliquem AQUI para ler. Falamos nesse texto que as conexões sociais são um dos quatro pilares principais desse novo conceito de saúde. Vale a pena conferir.
Retornando ao assunto, essas perspectivas traçadas dizem respeito ao cenário do Reino Unido, mas podem se refletir em qualquer nação desenvolvida ou em desenvolvimento.
Segundo a matéria, a maioria dos britânicos não trabalhava em casa antes de 2020. Com a pandemia, a proporção de pessoas que fazem home office mais do que dobrou. Tudo isso, além de impactar o mercado imobiliário, gerou muitas discussões sobre como seria o futuro.
Como consequência, o texto enfatiza que a demanda por escritórios voltou a subir no país. Números de uma imobiliária local dizem que a ocupação por metro quadrado nas seis maiores cidades do Reino Unido subiu consideravelmente nos últimos doze meses. Isso sem falar nos valores de locação, que também estão mais altos.
Em contrapartida, parece que surge uma mudança nos contratos com as empresas que buscam alugar escritórios pedindo por termos mais flexíveis. Mas isso não significa que não querem ter o escritório à disposição durante toda a semana, mas que querem montar espaços de trabalho diferentes, privilegiando áreas colaborativas e aumentando os espaços para reunião, criação e inovação.
Há um excelente indicador para observar se as pessoas já estão retornando aos escritórios e esse indicador foi utilizado pela reportagem: a movimentação no comércio em bairros repletos de escritórios. Na ocasião, os proprietários de um café foram entrevistados e disseram estar ansiosos pela volta dos trabalhadores. Afirmaram, também, que já conseguem notar uma mudança de comportamento. “Nas últimas semanas, os profissionais estão começando a surgir novamente. As pessoas voltaram a trabalhar do nosso café. Quartas e quintas-feiras são nossos dias de maior movimento”, disse James Morris.
Por fim, devemos sempre lembrar que o mercado de arquitetura corporativa é dinâmico. E que os escritórios são como seres vivos em constante movimento. Portanto, talvez o melhor caminho seja absorver todas essas tendências e ir montando nosso próprio formato de trabalho ideal. Em breve publicaremos uma matéria que traz alguns modelos de locais de trabalho que estão sendo discutidos internacionalmente. Acompanhe!
