Desde as drásticas mudanças arquitetônicas no mercado corporativo que “tiraram” os trabalhadores dos cubículos para que eles pudessem interagir e socializar com seus colegas, percebemos que o ambiente de trabalho tem um impacto gigantesco na qualidade de vida e até no comportamento das equipes.
Com isso, os arquitetos voltados à elaboração de projetos para empresas e escritórios mudaram o mindset também de forma bastante intensa para começar a desenhar para as pessoas, e não para os CNJPs.
Em paralelo, temos especialistas observando quais são as habilidades mais procuradas no mercado de trabalho. Inicialmente falava-se muito de hard skills (habilidades técnicas), depois de soft skills (habilidades socioemocionais). Agora chegamos em uma novidade: real skills.
Cunhado em 2017 por Seth Godin, conhecido guru do marketing, o termo real skills são uma espécie de releitura das soft skills, já que está relacionado às competências socioemocionais, porém agregadas a um outro grau de importância, já que são habilidades que, se ainda não estão presentes no profissional, precisam ser desenvolvidas com urgência.
Entre as real skills mencionadas por Godin, estão:
- Autocontrole
- Produtividade
- Sabedoria
- Percepção
- Influência
Vamos, agora, unir esses dois assuntos e entender como o arquiteto ou designer corporativo pode desenhar um layout voltado ao desenvolvimento de real skills?
A chave para o sucesso está no ambiente flexível!
Um escritório flexível é aquele que atende à nova forma de trabalhar das pessoas que buscam espaços diferentes dentro de um mesmo ambiente para atender às suas demandas individuais ou coletivas. É o local que consegue entender que, por ali, são realizadas atividades distintas que exigem ambientes distintos.
A flexibilidade que se espera hoje em dia nos escritórios está diretamente relacionada à versatilidade e adaptabilidade, ou seja, um ambiente que oferece várias opções de áreas para trabalhar, layouts que possam ser modificados e reconfigurados conforme a necessidade, e mobiliários com rodízios e modulares.
Notamos que os espaços flexíveis trazem muitas vantagens como aumento de produtividade, networking interno, inspiração e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E, veja só, essas vantagens estão muito bem vinculadas às real skills citadas pelo guru do marketing Godin!
As dicas para a criação de um ambiente de trabalho flexível envolvem identificar exatamente as necessidades do cliente, pensar em um design modular, com elementos mais soltos e que possam ser acomodados em diferentes configurações, incorporação de tecnologia e conectividade para uma boa infraestrutura tecnológica que suporte as demandas de Internet, e uma estética atraente, que faça do trabalho um momento agradável, saudável e confortável.
Estar atento às novidades da área de recursos humanos é importante para o arquiteto que atua no desenvolvimento de projetos corporativos, principalmente pelo reconhecimento de que o ambiente construído tem impacto direto na rotina dos trabalhadores.