A pandemia mudou o mundo, os comportamentos e os espaços. Impulsionou a flexibilidade como uma excelente qualidade em muitos aspectos. Ser flexível é ser maleável, ter facilidade e ligeireza de movimentos, agilidade, elasticidade e elegância. Uma definição perfeita para os escritórios que estão sobrevivendo à era pandêmica. Sim, os espaços de trabalho que permanecem e ganham relevância são os flexíveis.
“Com a pandemia aprendemos que mudar rápido é muito importante e, desta forma, empresas, modelos de negócios, design dos mobiliários e até a forma de gestão começaram a caminhar para a mudança”, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.
Neste momento, depois de algumas companhias apostarem nos escritórios flexíveis e colherem bons frutos, muitas outras empresas seguem esse exemplo e começam a repensar seus espaços de trabalho para obter designs mais funcionais e elementos móveis, bem como para otimizar espaços, transformando áreas subutilizadas em espaços intensos de trabalho.
Isso significa que aquele refeitório que as pessoas ocupavam somente durante o almoço e permanecia o resto do tempo vazio foi transformado em uma área de convivência capaz de acolher pessoas tanto para interação no momento das refeições quanto para produção.
Mas o que foi necessário para que essa mudança acontecesse? Alguns pontos devem ser destacados:
- Mudança física – Mesas e cadeiras muito frias e com cara de “refeitório” dão espaço para bancadas longas, compartilháveis, mais aconchegantes e para cadeiras um pouco mais ergonômicas, mas sem perder a leveza estética.
- Mudança estrutural – Aplicação de soluções acústicas para evitar que sons de micro-ondas, água corrente da pia, exaustores e até mesmo o ranger de pratos e talheres sejam amenizados, dando espaço para um lugar com conforto acústico que possibilita o desenvolvimento de atividades profissionais.
- Mudança de rotina – Áreas preparadas para conexão e trocas de ideias. Se possível, bancadas com monitores para serem conectados em notebooks, permitindo uma prática apresentação, por exemplo. E até sofás ou pufes com mesinhas para um bate-papo rápido, ao lado das mesas de refeição.
- Mudança cultural – A mudança visual gera um estímulo e as lideranças podem aproveitar o momento de reforma para estimular o uso contínuo do novo espaço. As pessoas precisam entender que saiu um refeitório e entrou um ambiente novo a ser explorado.
O melhor aproveitamento do refeitório é apenas um exemplo de como os escritórios podem ser mais flexíveis e inteligentes. Essas mudanças podem acontecer em todos os ambientes. Pensando em mobiliário, o caminho é optar por aqueles que oferecem agilidade em todos os níveis, provendo melhor organização da empresa, facilitando o trabalho individual ou de equipe, criando ambientes alternativos e fluídos que se adaptam aos objetivos dinâmicos da companhia e, ao mesmo tempo, às preferências individuais.
“Móveis leves, com rodízios, que podem ter diversas configurações estarão cada vez mais presentes em nossa vida”, comenta Lisandra. Segundo a especialista, o olhar do arquiteto – cada vez mais procurado pelas companhias que entenderam essa necessidade de adequação a uma nova era – deve ser para a adaptabilidade do espaço. “Um local mais funcional e inteligente do que antes é o que atrai e retém os talentos ajudando na obtenção de bons resultados nas empresas”, completa.
Por fim, um escritório flexível soma benefícios que vão desde o aumento da produtividade das equipes, melhora do bem-estar dos funcionários e ampliação do networking até redução de custos.