Muitos comportamentos observados no ambiente corporativo europeu começam a reverberar também no Brasil. Por isso ficamos sempre atentos a como os trabalhadores estão agindo ao redor do mundo.
Uma pesquisa recentemente realizada por uma empresa fornecedora de filtros de água chamada Bevi ganhou a mídia de Portugal nas últimas semanas ao divulgar que, segundo dados coletados dos filtros instalados nas empresas locais, os trabalhadores mudaram seus horários de trabalho nos últimos anos.
O que o estudo revela é que, antes da pandemia de covid-19, os dados mostravam uma predominância de trabalhadores utilizando os espaços corporativos cinco dias por semana entre 9h e 17h. Esse era, também, um padrão bastante comum no Brasil. Porém, a realidade, hoje em dia, é outra.
Segundo a companhia, que alega que cerca de 25% das empresas “Fortune 500” têm pelo menos um filtro de água da marca instalado no escritório, uma grande parte do expediente agora ocorre mais cedo – entre 5h e 7h -, há um pico por volta do meio-dia, e há uma frequência bastante elevada também após as 19h.
O estudo relata, inclusive, um aumento de 25% no número de trabalhadores que chegam ao escritório no máximo as 7h da manhã. A pesquisa também revela que os trabalhadores frequentam mais os escritórios às terças, quartas e quintas-feiras.
Entre as justificativas para essa mudança de comportamento estão a vontade de evitar os deslocamentos em horário de pico e de aproveitar melhor os dias em que estão trabalhando presencialmente.
Considerando essa tendência, as companhias podem promover alterações sutis em seus layouts corporativos, mas que ajudarão a atender esse novo comportamento. Se os trabalhadores permanecem mais tempo dentro dos escritórios, eles podem precisar de ambientes mais diversificados.
Pensando em melhor aproveitar o trabalho presencial, pode haver aumento no uso de salas de reunião, por exemplo. Além disso, é interessante otimizar espaços voltados à interação social, afinal, um dos motivos para as pessoas ficarem mais horas no ambiente de trabalho está na construção – e manutenção – das relações interpessoais. Outro ponto diz respeito às refeições. Se antes o refeitório era usado apenas para o almoço, agora pode ser explorado também para o café da manhã e jantar. Isso sem falar nas pausas para o café ao longo do dia.
É interessante observar se sairão, em breve, estudos similares no Brasil que comprovarão esse alinhamento de comportamento entre o trabalhador europeu e o brasileiro.