O Brasil vem percebendo uma elevação considerável no valor do aluguel de espaços corporativos. De acordo com o índice FipeZap+, divulgado pelo UOL, em 2022 o custo para locação de salas comerciais subiu, em média, 5,68%. Em cidades como São Paulo, Curitiba e Florianópolis, o preço médio de venda desses locais também aumentou.
Com isso, o valor médio para aluguel do metro quadrado de imóveis comerciais nessas cidades é de R$ 40,24. Mas onde queremos chegar com todos esses dados? O foco, hoje, é falarmos sobre a importância de um projeto arquitetônico corporativo que utilize muito bem todos os espaços do escritório a fim de evitar o desperdício de recursos financeiros.
Vamos pensar, por exemplo, em uma empresa que mantém um refeitório com 20 metros quadrados utilizado somente por uma pequena parcela da equipe durante uma hora do almoço. Esse espaço está custando, por mês para a empresa, mais de R$ 800 e permanece, a maior parte do tempo, vazio.
De acordo com a legislação trabalhista atualmente em vigor no país, somente empresas com mais de 300 colaboradores são obrigadas a manter um refeitório próprio. Claro que mesmo em companhias menores, ter um espaço adequado para que as pessoas possam se alimentar é indispensável. Por isso a sugestão não é eliminar o refeitório e transformá-lo em mais postos de trabalho exclusivos. Mas sim fazer com que esse espaço assuma uma personalidade múltipla e sirva tanto para as refeições quanto para outras atividades.
O mesmo pode acontecer com empresas que mantém salas de reuniões muito amplas mesmo quando as equipes que precisam se encontrar são bem enxutas. “É desnecessário, por exemplo, termos uma sala de reuniões que comporta 15 pessoas, sendo que as equipes que a utilizam têm no máximo cinco membros. A sala fica vazia, um espaço perdido, que poderia ser muito melhor aproveitado“, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.
O que Lisandra sugere é repensar esse ambiente, sempre avaliando o dia a dia das equipes. Vamos imaginar uma empresa com 100 funcionários que tem apenas uma sala de reunião de 25 metros quadrados (ou seja, que custa, mensalmente, caso o imóvel seja alugado, mais de R$ 1.000). Essa sala está sempre ocupada, é uma grande disputa conseguir um horário livre dela. Porém, quem a ocupa são duplas, trios ou quartetos que precisam se reunir para debater ações. Como o projeto arquitetônico pode auxiliar? Dividindo esse espaço em salas menores de reunião e, assim, permitindo que mais grupos se reúnam ao mesmo tempo!
Com o trabalho híbrido – quando as pessoas variam a atuação, parte presencialmente, parte em home office – tem sido cada vez mais necessária a reunião entre o time que está in loco e o que está remoto. Por isso, há certa tendência de aumento na utilização de salas de reunião preparadas para videoconferências. Essa divisão sugerida acima pode ser feita de forma simples, com o uso de divisórias, substituição da ampla mesa por mesas menores, adequação da infraestrutura de tecnologia e abertura de novas portas individualizadas.
É possível aproveitar ainda outros espaços, como corredores e halls, ao transformá-los em áreas de encontro com pequenos sofás e mesas de apoio para notebooks. Dessa forma, qualquer canto pode se tornar um local ideal para uma reunião ou até para uma atividade individual.
Se os profissionais da empresa têm necessidade de desempenhar atividades mais focadas, ligações ou videochamadas, as cabines acústicas são perfeitas! Como se trata de um mobiliário independente, elas podem ser facilmente instaladas, inclusive no meio das estações de trabalho, proporcionando um conforto incrível para os momentos de concentração.
Por fim, o importante é que haja uma troca muito transparente entre a empresa e o arquiteto para que o profissional possa entender a dinâmica da companhia, compreender como é a rotina de quem ocupa aquele local e, assim, sugerir as melhores soluções para que todos os ambientes sejam muito bem aproveitados.
É normal que, com a evolução dos negócios e as mudanças que ocorrem no mercado, as empresas mantenham escritórios que se tornam inadequados para a atual realidade. Mudanças nem sempre tão dispendiosas, podem gerar muito mais economia futura, otimizando o espaço, ampliando a satisfação dos colaboradores, melhorando a saúde e o bem-estar de todos.