Que o home office tem os seus prós e os seus contras todos nós já sabemos. Mas e se pudéssemos incorporar alguns dos benefícios de trabalhar em casa aos ambientes corporativos? Essa ideia não é impossível, tanto que muitas empresas já adotaram e existe até um nome para esse formato: o Office Home.
“O Office Home é um escritório que nasce como uma extensão da residência de seu ocupante. Traz muito conforto com sofás e vegetação, porém com uma estrutura totalmente adequada às atividades corporativas, ou seja, com iluminação estratégica, mobiliário ergonômico, conforto térmico e conforto acústico”, explica Lisandra Mascotto, da RS Design.
Criar essa atmosfera familiar dentro do ambiente corporativo é um dos desafios dos arquitetos hoje em dia. Para isso, eles apostam em estratégicas diversificadas. O foco está em tirar aquela seriedade comum dos escritórios, abrindo espaço para inserções com muito mais personalidade e intimidade.
Para aqueles que amam a natureza e gostam de utilizar o design biofílico, escolher revestimentos mais naturais e apostar em uma pequena urban jungle pode contribuir com esse ar mais residencial. Para ornar com essa pegada mais sustentável, nada como uma paleta de cores mais terrosa somada a tons de verde.
Outra ação que pode contribuir está na mescla de mobiliário tradicionalmente corporativo – como as bancadas de trabalho – com sofás e pufes mais coloridos e aconchegantes. Além de um visual despojado, essa mescla possibilita uma diversificação de locais de trabalho para os ocupantes. “As salas de reunião, por exemplo, podem se assemelhar às salas de estar. Sofás, televisões para videochamadas, vasos com plantas e aparadores caem bem”, sugere Lisandra.
Na parte da decoração, o que muitas empresas têm gostado é de incorporar, ao ambiente de trabalho, itens com memória afetiva. Aqui, inclusive, pode-se contar com a contribuição dos colaboradores com a liberdade para trazer elementos pessoais como quadros, livros e luminárias para auxiliar na composição do espaço.
Mas essa novidade exige muito do profissional de arquitetura. Para Lisandra, montar um projeto deste tipo é realmente desafiador. Primeiro porque demanda mais empenho para conseguir agradar, com questões mais individuais, um gosto coletivo. Segundo, porque é preciso estratégia para não “perder a mão”. “Não podemos esquecer que, sim, aquele é um ambiente de trabalho e alguns limites precisam ser respeitados. Equilibrar o bem-estar e o conforto de uma residência com o profissionalismo é uma tarefa árdua”, finaliza.