Humanização – Do ambiente aos nomes dos cargos

Humanização

Humanização – Do ambiente aos nomes dos cargos

Um dos grandes motes da arquitetura corporativa moderna é a humanização, o resgate do conceito de que arquitetos e designers constroem espaços para os seres humanos e que, dessa forma, é indispensável que cada detalhe de cada projeto tenha como meta melhorar a qualidade de vida e a experiência dos usuários.

Essa busca pela humanização – que observamos na arquitetura corporativa – encontra aliados em diversas outras vertentes do competitivo mundo dos negócios. Além de garantir espaços mais humanos para que os profissionais desempenhem suas atividades de forma motivada e produtiva, há uma preocupação com o todo, o que envolve melhorias no clima e nos relacionamentos.

Os departamentos de recursos humanos, sempre excelentes parceiros na hora da elaboração dos projetos de layout dos espaços corporativos, trabalham essa busca pela humanização em tantos aspectos que muitas empresas hoje em dia já estão modificando os títulos de suas diretorias e gerências.

Essa é uma tendência que vem sendo observada desde o início da década. Segundo informações divulgadas em 2013 pelo jornal O Globo, algumas empresas modernas vêm nomeando executivos para cargos como Diretor de Felicidade, Gerente Científica de Bem-Estar e Diretor de Whatever (clique AQUI para ler a matéria). Outras denominações já identificadas no mercado são, por exemplo, Gerente de Animação (para cargos relacionados às áreas comerciais), Gerente de Potencial Humano (definindo profissionais da área de RH), Gerente de Invenção (para quem atua com criação), e Contador de Histórias (para comunicadores e geradores de conteúdo).

Mas por que investir em nomenclaturas deste tipo? Em um primeiro momento há uma busca pela quebra da formalidade e dos padrões. De fato, muitas empresas investem em um profissional que trabalhará especificamente para melhorar o clima e garantir a felicidade do time. Por que não o chamar, então, de Gerente de Felicidade?

Em um segundo momento, colocar cargos profissionais com nomes mais lúdicos promove uma leveza ainda maior ao ambiente de trabalho. O que, somado aos esforços para melhorar a sociabilidade e garantir flexibilidade nas jornadas e nos ambientes, constitui uma tríade bastante interessante.

“É interessante ver que o mundo corporativo realmente está tentando deixar a formalidade – tão marcante até os anos 1990 – para trás e busca investir em um jeito leve de trabalhar como forma de estimular a criatividade dos profissionais. É assim que as empresas conseguem motivar os times em prol de uma causa comum. Tudo isso, claro, sem perder o foco nos resultados”, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.

Como ponto de apoio e de estudo para essa transformação, há toda uma classe científica investigando o comportamento humano e as conexões do nosso cérebro. O Espaço do Arquiteto publicou ESTE POST que trata especificamente sobre a Ciência da Felicidade e muitos neurocientistas estão imersos em pesquisas para desvendar as mais profundas características e percepções humanas.
A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a Natura lançaram, em 2016, um Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano que, com investimento de R$ 40 milhões, reuniria uma rede de pesquisadores de psicologia e neurociências da USP, Unifesp e do Mackenzie para integrar diversas áreas do conhecimento (neurociência, psicologia social, psicologia positiva, ciências da saúde, humanas e sociais aplicadas) a fim de desvendar muitas das reações humanas.
Além disso, em 2017 a Natura também investiu em uma pesquisa científica em parceria com o Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein para melhor compreender os benefícios da meditação. Na ocasião, concluiu que em oito semanas de prática já é possível obter melhora significativa no bem-estar.

Com as empresas buscando cada vez mais investir no bem-estar seus funcionários para, assim, reduzir o absenteísmo, melhorar o clima organizacional e ampliar os resultados positivos da empresa, é preciso realmente que todas a áreas trabalhem alinhadas com esse propósito. Ao mesmo tempo em que os departamentos de recursos humanos criam subterfúgios para dar mais leveza ao ambiente de trabalho e a neuroarquitetura (clique AQUI para saber mais) estuda como o espaço construído impacta os indivíduos, todos os outros setores do mercado precisam desvendar seus mistérios e buscar alternativas mais saudáveis e eficazes para que o trabalho seja cada dia mais prazeroso sem deixar de ser lucrativo.

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