Na história, o atendimento de saúde passou por diversas transformações. Antigamente, o médico visitava o paciente em casa, no aconchego do lar, e fazia seus diagnósticos. Com a evolução da medicina e da ciência, o paciente passou a visitar o médico em seu consultório e, também, a frequentar laboratórios e clínicas para realizar exames que, posteriormente, seriam analisados pelos profissionais.
Nos consultórios, em si, as mudanças também foram gradativas. Antes, o profissional tinha apenas o seu conhecimento e o receituário médico. Havia uma proximidade maior com o paciente. Com os avanços tecnológicos, uma barreira passou a ser instalada entre médico e paciente. Além de uma mesa separando os dois indivíduos, foram sendo agregados computadores e equipamentos que promoviam ainda maior distância entre as pessoas.
E se a arquitetura fizesse, nesse momento, uma interferência para reaproximar as pessoas? Algumas unidades de saúde dos Estados Unidos apostaram em mudar o projeto dos consultórios e os resultados estão se mostrando tão positivos que essa tendência começou a chegar no Brasil.
“Quando os ambientes de saúde são projetados com estratégias de bem-estar, incluindo mobiliário adequado para transmitir conforto, segurança e praticidade, os pacientes sentem-se bem e começa o processo de cura. E os profissionais da saúde sentem-se orgulhosos por seu trabalho, aumentando sua eficiência, minimizando riscos e cultivando o próprio bem-estar”, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.
Não se trata de uma eliminação da bancada de trabalho, afinal o médico ainda precisa de um espaço para apoiar seus materiais, preencher receitas, analisar exames digitais e utilizar o computador. Mas de uma remodelação desse escopo para que essa mesa não se posicione como uma divisória entre o profissional de saúde e o paciente em consulta. É muito mais humano e acolhedor quando médico e paciente se sentam frente a frente.
“O médico atende e examina o paciente que permanece sentado em uma cadeia reclinável. Ao lado, outras poltronas para os acompanhantes e até mesmo um sofá para uma conversa mais informal”, comenta Lisandra enfatizando que essa aproximação entre médico e paciente transmite segurança e credibilidade. “O paciente tende a ficar mais tranquilo e confiante quando é atendido dessa forma”, completa.
Já ouviu falar em Healing Environment?
Também chamado de Ambiente Terapêutico, o HealingEnvironment é um espaço físico com estruturas que contribuem com o processo de cura. O conceito, que está agora tomando forma no Brasil, é tendência mundial e promove um cuidado intensivo com todo o entorno dos ambientes de saúde.
O termo foi originalmente proposto por Florence Nightingale, enfermeira britânica famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra. A especialista detalhou como seria um ambiente capaz de minimizar o sofrimento e otimizar a capacidade de recuperação dos pacientes. E tudo isso incluía tranquilidade, calor, ar puro e boa iluminação.
O Espaço do Arquiteto vem trazendo uma série de matérias sobre a importância da arquitetura nos ambientes de saúde e como essa revolução contribui com a cura. Clique AQUI para acessar um post sobre arquitetura corporativa direcionada a ambientes de saúde e AQUI para ler um texto sobre projetos para hospitais.