Neurodiversidade no escritório: Transformando espaços e culturas

Tendências

 

Aqui vemos um ambiente projetado com mobiliário da RS Design onde há um espaço para interação social com um sofá confortável, uma cabine para trabalho focado em silêncio, e uma área colaborativa.

A neurodiversidade, que engloba pessoas diagnosticadas, por exemplo, com autismo, TDAH, epilepsia, dislexia, Síndrome de Tourette e bipolaridade, está sendo melhor compreendida agora, com os avanços da ciência e o apoio da mídia. A sociedade, porém, ainda tem muito a se desenvolver quanto à inclusão e respeito às pessoas neurodivergentes. Principalmente no ambiente de trabalho.

Segundo matéria publicada pela CNN em abril deste ano, uma pesquisa indica que quase metade dos profissionais nunca trabalhou com pessoas neurodivergentes. Além disso, entre aqueles que já tiveram essa experiência, 21,4% declararam ter sido desafiador e somente 30% afirmaram ter sido positivo.

Mas o que os especialistas falam é que um ambiente de trabalho neurodiverso traz benefícios reais para todos, como aumento da criatividade, mais espaço para inovação, fortalecimento da cultura corporativa e do senso de comunidade, liberdade para aprendizado, maior satisfação pessoal e profissional e engajamento dos times.

Portanto, construir um ambiente de trabalho inclusivo tornou-se essencial. E, nesse contexto, a arquitetura e o design sensível também têm papel relevante para que esse espaço seja flexível, respeite as individualidades, atenda às necessidades de todos e, assim, possa melhorar o bem-estar, a produtividade e a sensação de pertencimento.

Cuidados a serem tomados

Aqui temos um exemplo de projeto criado com mobiliário da RS Design que é colorido e moderno, mas utiliza uma paleta menos vibrante de cores.

O ambiente de trabalho flexível por si só já está no caminho certo para atender às necessidades dos trabalhadores neurodivergentes. Isso porque ele oferece a diversidade esperada como, por exemplo, espaços para atividades colaborativas e, também, espaços individuais de silêncio, concentração e zonas de descompressão. Mas é possível ir mais longe incluindo, no projeto, áreas de refúgio com ambientes tranquilos, onde as pessoas possam se retirar para regulação sensorial, e até mesmo locais de estimulação positiva, com elementos táteis, visuais ou sonoros. Nesses locais, a conexão com a natureza e o design biofílico somam muito positivamente.

Mas esses pontos não são suficientes para podermos considerar que um escritório é realmente inclusivo. Para isso também é preciso tomar outros cuidados como controlar, de forma bastante séria, os estímulos sensoriais que ocorrem no ambiente corporativo. A iluminação não deve ser muito brilhante e a opção pela luz natural sempre que possível é a melhor escolha. Se não for possível, há como escolher lâmpadas com regulagem para ajuste da intensidade. Quanto às cores das estruturas e mobiliário, a escolha por paletas mais suaves evitando padrões muito chamativos, também pode ser mais proveitosa.

Aqui vemos a instalação de nuvens acústicas no espaço de trabalho que tem, também, visão para um jardim externo repleto de verde e onde as pessoas podem se recolher para descansar e até mesmo regular suas sensações.

A mesma preocupação deve ocorrer com o conforto sonoro. A adoção de soluções acústicas disponíveis no mercado como baffles, nuvens, revestimentos e até mesmo itens de decoração que absorvam os ruídos e deixem o ambiente mais confortável, minimizando eco, ajuda a evitar a sobrecarga sensorial.

Em estruturas mais cheias de recortes, salas, degraus, desníveis e corredores, é preciso tornar a circulação o mais simples possível. Evitar a sensação de labirinto ajuda as pessoas neurodivergentes a se sentirem mais acolhidas. Para isso, é necessário investir em sinalização clara e layout intuitivo. 

A tecnologia também pode ser aliada. Em vez de definições gerais, ter controles mais individualizados do ambiente, como da iluminação e do ar condicionado, ajuda a atender às necessidades mais específicas. 

Lisandra Mascotto, da RS Design, vem estudando como construir ambientes de trabalho mais inclusivos e dá uma dica inicial. “Nossa primeira sugestão, antes mesmo de pensar no layout do escritório, é a criação de um comitê de neurodiversidade. Com essas pessoas dedicadas a debater o assunto, torna-se muito mais fácil elaborar um plano estratégico para transformar a empresa em uma companhia realmente inclusiva“, afirma.

Além da adaptação do ambiente, claro, também é preciso investir no treinamento das equipes. Se metade dos trabalhadores nunca teve contato diário com pessoas neurodivergentes (como diz a matéria da CNN), é importante que o assunto seja debatido e desmistificado por meio do envolvimento de especialistas e da educação. Somente assim é possível transformar os espaços, envolvendo as pessoas e impactando diretamente a cultura da empresa, tornando-a mais inclusiva.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Whatsapp

Converse agora pelo Whatsapp

X
!

Problemas ao acessar o Whatsapp?

Se você teve algum problema com o redirecionamento, não se preocupe. Inicie o chat no Whatsapp agora mesmo clicando no botão abaixo!

(Caso tenha funcionado corretamente, favor ignorar esta mensagem).

Iniciar chat via Whatsapp

Continuar navegando