Os Jogos Olímpicos de Paris acabaram, mas as polêmicas ainda continuam circulando por aí. Aproveitamos que a Vila Olímpica onde os mais de 15 mil atletas ficaram hospedados não deixa de ser um “ambiente de trabalho” para entender como conforto, diversidade e sustentabilidade precisam ser muito bem pensados quando há necessidade de agradar culturas, idades e perfis totalmente diferentes. Exatamente o que acontece nos escritórios corporativos da era moderna!
Diversidade
A edição de 2024 dos Jogos Olímpicos surgiu com uma novidade nos alojamentos. Porém, o que era para se tornar motivo de orgulho, desencadeou uma enxurrada de críticas. Antes mesmo do início das competições, a mídia já vinha divulgando que a organização iria adicionar mais ingredientes de origem vegetal às refeições como forma de reduzir a pegada de carbono. Porém, essa redução anunciada da quantidade de proteína animal, não agradou os atletas. Muitos deles sentiram dificuldade em bater a quantidade de proteínas diárias para manter a dinâmica de treinos e, assim, ter bom desempenho nas provas. Com isso, reclamações diversas começaram a surgir e algumas delegações tomaram medidas como contratar seu próprio serviço alimentar.
O que aprendemos, aqui, é que é impossível impor uma mudança cultural sem abertura para que os envolvidos possam ser ouvidos. Para uma redução desse porte, seria necessária uma pesquisa para entender qual o percentual de atletas que optariam pelos pratos vegetarianos. As alterações precisam atender às necessidades de todos os perfis que ocuparão aquele espaço, sem privilegiar um ou outro costume.
No ambiente corporativo, podemos exemplificar com questões bastante básicas. Não há como forçar pessoas que gostam de trabalhar sozinhas e em silêncio a passar toda sua jornada de trabalho em um espaço aberto onde prevalece a interação social. Ela encerrará seu dia extremamente cansada, estressada e desanimada. O que caberia, então? Um espaço colaborativo, mas espaços mais reservados também. E cada um escolhe onde cumprirá a sua função.
O espaço corporativo precisa conseguir entender essas diversidades e oferecer ambientes adequados a cada uma delas. E, por mais que pareça difícil “agradar a todos”, é possível. Basta entender quem é e como se comporta o público interno e contar com o auxílio de uma boa consultoria para a criação do layout mais adequado.
Conforto
Os Jogos Olímpicos de Paris nos mostraram que conforto é importantíssimo. Mas, o que pode ser confortável e agradável para uns, pode não ser para outros. Muitos veículos de comunicação divulgaram que atletas de diferentes nacionalidades estavam reclamando das camas disponibilizadas na Vila Olímpica, que estavam atreladas à pegada verde da competição. E, aqui, nós defendemos a organização.
O público que ficaria nos alojamentos contava com atletas de muitos tipos físicos diferentes. Ginastas com menos de 1,45m e jogadores de basquete com mais de 2,00m. Como os organizadores trabalharam para criar um padrão que atendesse a essa discrepância toda?
As camas tinham bases feitas de papelão e eram montadas em apenas 15 minutos. Porém, não é porque eram de papelão que eram ruins. Aqui há um preconceito padrão com materiais que fogem do habitual. Essas camas, além de contribuírem para a redução dos resíduos pós-evento, podiam ser personalizadas para acomodar corpos grandes e longos, ofereciam opções de colchão com diferentes níveis de firmeza, e suportavam até 200 quilos. Os responsáveis afirmaram que o mobiliário foi rigorosamente testado para ser robusto, confortável e apropriado a todos os tipos físicos. Ainda assim, houve reclamação, mas, em contrapartida, também elogios.
Voltando essa percepção ao ambiente corporativo, vencem aqueles escritórios que ofertam estações de trabalho ergonômicas, como nos locais mais tradicionais, mas também distribuem outros tipos de assentos, como sofás, pufes, bancadas altas e poltronas para quem quiser trabalhar em uma posição mais despojada.
Em paralelo, uma crítica era bastante condizente. Tentando reduzir o consumo de energia e seguir com a característica de um dos jogos mais sustentáveis da história, os alojamentos contavam apenas com ventiladores, e não com ar condicionado. Porém, pelos relatos, o sistema de resfriamento escolhido não deu conta de suportar as fortes ondas de calor que atingiram a capital francesa durante as provas.
Sustentabilidade
Por fim, vemos que o mundo está em uma busca contínua por atitudes mais sustentáveis, o que é importantíssimo, mas quando estamos falando de ambiente de trabalho, precisamos de cautela, planejamento e estratégia. Não há como adotar alternativas sustentáveis sem colocar, no papel, todas as outras necessidades dos ocupantes como conforto, produtividade, saúde e bem-estar.
Uma pessoa que passou a vida inteira se alimentando com proteína animal, não pode chegar a uma competição onde há esse tipo de restrição. Um atleta que precisa de uma boa noite de sono para desempenhar bem na prova no dia seguinte, não pode sofrer com calor acima do aceitável dentro do seu alojamento. E é assim, também, no escritório. Para equipes satisfeitas, motivadas e produtivas, o ambiente precisa ser diverso, democrático e saudável.
Para desenvolver um projeto que atenda à pluralidade de necessidades, é essencial o envolvimento da liderança da empresa, do RH e de colaboradores influentes dentro das equipes. Dessa maneira, os ambientes serão planejados estrategicamente pelo arquiteto, com o suporte da empresa fornecedora de mobiliário, aumentando significativamente a assertividade.
