A arquitetura é uma arte inspiracional que absorve muito do que há de interessante em tudo o que circunda o ser humano. Riken Yamamoto, arquiteto japonês que venceu o Pritzker 2024, principal prêmio arquitetônico do mundo, pode (e deve) ser fonte de inspiração para todos nós. Com ideias geniais e inovadoras aplicadas a projetos muito diferentes que prezam pelo conceito de comunidade, Yamamoto surge como uma figura importante do nosso atual mercado.
Biofilia
Projetos de Yamamoto prezam pelo contato do homem com a natureza. Um deles, construído no Japão e intitulado Villa Yamakawa, é uma residência que parece um amplo terraço ao ar livre, repleta de vigas de madeira no piso que trazem ainda mais revestimentos naturais para o interior do espaço.
No ambiente de trabalho, a biofilia pode ser aplicada de diversas formas. Além de priorizar a ventilação e a iluminação naturais, com amplas janelas que permitam a circulação de luz e ar, o projeto pode considerar plantas, árvores e murais verdes; sons de água corrente; salas imersivas na natureza, tecidos naturais como algodão e linho, bem como revestimentos que prezem pela naturalidade como madeira e pedra.
Socialização
Yamamoto preza pela interação humana, ponto que sempre reforçamos ser dos mais importantes do trabalho presencial e da convivência no ambiente de escritório. O Hotakubo, projeto de habitação social que o arquiteto comandou no Japão, envolve 110 unidades segmentadas em 16 conjuntos que contam com terraços voltados a uma praça central arborizada. Outro projeto do especialista, dessa vez chamado de Gazebo, também incentiva o contato entre os vizinhos por meio de terraços que surgem como uma espécie de respiro comunitário.
Nas empresas, estabelecer espaços dedicados a essa interação é uma das principais estratégias para fomentar a conexão entre os times. Nesse caso, além de refeitórios agradáveis que “chamem” os trabalhadores no horário das refeições, salas de descompressão, de jogos, academias, bancadas colaborativas, salas de reunião e até mesmo ambientes mais descontraídos com sofás e pufes são ótimas alternativas.
Layout orgânico
O arquiteto japonês preza pelas linhas curvas, orgânicas, que promovem leveza aos espaços. Ele adotou essa técnica tanto no projeto do Museu de Arte de Yokosuka, que tem uma entrada em forma de serpente rodeando a Baía de Tóquio, quanto no The Circle, edifício em Zurique, na Suíça, que conta com centro de convenções, hotel, restaurantes, centros de bem-estar e comércio varejista e tem um visual praticamente sem linhas retas.
O corporativo também tende a ganhar bastante com essa estratégia. Hoje em dia, mesas de reuniões mais curvas, sofás leves que acompanham o desenho da sala e até mesmo produtos acústicos com design mais arredondado ajudam a quebrar a brutalidade do concreto e a trazer mais leveza para o espaço.
Avaliar o que os vencedores do Pritzker vêm fazendo é um caminho importante para entender o que é mais atrativo na arquitetura moderna. As estratégias adotadas em ambientes diversos, que vão desde residências privadas, prédios públicos até edifícios comerciais e praças coletivas, devem ser filtradas, analisadas e incorporadas aos projetos corporativos sempre que viáveis e atrativas.