Atuar com arquitetura corporativa é estar atento a todas as mudanças do mercado que podem incentivar alterações na forma como os ambientes são construídos, visto que o layout dos espaços pode ajudar ou atrapalhar a dinâmica das equipes e, por consequência, o desempenho das marcas.
Hoje em dia, nota-se uma alteração importante na atuação dos departamentos de Recursos Humanos, que saem de uma postura puramente operacional para assumir ações mais estratégicas. Essa percepção foi, inclusive, retratada em uma publicação da Great Place to Work, consultoria global que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação.
Resumidamente, o que o documento diz, é que entre as principais tendências do novo gestor de recursos humanos estão incentivar o trabalho colaborativo e dar foco total no ser humano. Isso porque as empresas já reconhecem que o sucesso dos negócios está nas mãos dos colaboradores, seu capital mais precioso.
E como o projeto dos escritórios pode ser parceiro desse novo gestor? É o que elencaremos abaixo!
1. Espaços colaborativos
As empresas são feitas por pessoas, e pessoas são seres sociais. Além de inserir ambientes propícios à interação nos horários de descanso, a empresa pode incentivar que as atividades sejam feitas em espaços compartilhados. Optar, por exemplo, por espaços com pufes, mesinhas soltas, arquibancadas e poltronas, onde membros de equipes diferentes possam sentar lado a lado para desempenhar suas tarefas e, ao mesmo tempo, aprender mais sobre o departamento do colega, suas visões, experiências e conhecimentos, é uma das alternativas.
Além disso, é possível transformar as antigas salas de reunião – que eram ocupadas normalmente por membros da diretoria para encontrar clientes e parceiros estratégicos – em pequenas salas para trabalho em grupos. O objetivo, nesse caso, é provocar um movimento para que as pessoas saiam de suas mesas individuais para trabalhar ao lado de seus pares em projetos específicos, até mesmo porque o brainstorm costuma ser extremamente benéfico para a criação de ideias e solução de problemas.
Por fim, o aspecto colaborativo pode se estender para outros espaços da empresa. Os refeitórios podem ser remanejados e preparados para serem áreas extremamente agradáveis e aconchegantes, visando promover uma interação durante o horário das refeições (hoje em dia isso é ainda mais relevante, visto que temos uma boa parcela dos trabalhadores levando comida de casa para o trabalho, notícia que você confere clicando AQUI). E esse espaço também pode ser utilizado em outros horários para atividades colaborativas e outras atividades de trabalho, bastando para isso os profissionais levarem os seus notebooks.
2. Cuidado com o capital humano
A arquitetura corporativa tem um papel muito importante na construção de um ambiente saudável tanto física quanto mentalmente, motivo pelo qual as empresas têm apostado na contratação de arquitetos para o desenvolvimento de seus projetos.
Pensando na saúde do corpo, um dos caminhos é incentivar a movimentação dos colaboradores, para que eles não permaneçam todo o período de trabalho sentados em um mesmo lugar, na mesma posição. Para isso, a empresa não precisa abdicar totalmente das estações fixas de trabalho, que podem ser atrativas para alguns perfis de profissionais principalmente por ofertar mesas e cadeiras totalmente ergonômicas. O ideal é manter essa opção, oferecendo alternativas como bancadas compartilhadas, sofás, pufes, bancadas altas, arquibancadas e poltronas. As possibilidades são inúmeras e ter como mudar de ambiente para continuar trabalhando pode ajudar as pessoas a se mexerem um pouco ao longo da jornada.
Se pensamos em saúde física, também precisamos pensar em saúde mental. Trabalhar em ambientes altamente ruidosos é extremamente prejudicial, visto que o barulho amplia o estresse do trabalhador (como falamos NESSE POST).
Para amenizar esse impacto negativo, é possível investir em soluções acústicas como baffles, nuvens, painéis e divisórias que reduzem o burburinho natural de um ambiente onde há grande circulação de pessoas (principalmente em escritórios open space).
Outra possibilidade é criar zonas de silêncio em contraponto às zonas colaborativas. Essas zonas podem ser áreas coletivas, mas onde a ausência de qualquer barulho é obrigatória (sendo proibido realizar reuniões, assistir a vídeos, participar de videoconferências, promover ligações telefônicas e conversas paralelas) ou mesmo apostar em cabines acústicas para atividades individuais e focadas.
Essas são apenas algumas das opções, mas há uma gama gigantesca a ser explorada. O importante, para seguir as duas tendências mencionadas pela Great Place to Work, é que o arquiteto corporativo deve, primeiramente, entender a dinâmica e a rotina das empresas para, na sequência, pensar em quais são as soluções mais adequadas para auxiliar o time de recursos humanos a manter os profissionais motivados e produtivos em espaços colaborativos que prezam pela saúde e bem-estar.