O título do post de hoje faz referência a uma fala de Mike Holmes, especialista em Mecânica Muscular e Ergonomia no Canadá, que desenvolve um trabalho bastante relevante junto aos seus mestrandos na busca por melhores formas de garantir a segurança física dos colaboradores em espaços de trabalho. Segundo Holmes, de fato, “o trabalho não deve doer“.
Em entrevista ao portal da Brock University, Holmes declarou que “além de trabalhadores saudáveis, a ergonomia é boa para os negócios e pode ter um impacto positivo nos lucros de uma empresa”.
O embasamento dele para essa afirmação está no fato de que distúrbios musculoesqueléticos como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) que afetam várias partes do corpo, entre elas, punho, mão, ombro, pescoço, cotovelo, joelho e a coluna vertebral, são alguns dos grandes responsáveis por afastamentos do trabalho.
É para prevenir acidentes e preservar a saúde dos colaboradores, que independentemente das estruturas dos ambientes corporativos, as estações de trabalho ergonômicas seguem indispensáveis.
Mas não é só isso. Quando pensamos nesse contexto, estamos falando sobre a importância de escritórios voltados ao bem-estar geral dos colaboradores. Ou seja, que se preocupam com a saúde física na mesma intensidade com que se preocupam com a saúde mental.
“Mesmo com diversas áreas colaborativas com pufes, poltronas e até mesmo redes, é sempre importante ofertar, aos trabalhadores, locais totalmente ergonômicos para atividades de intensa produtividade”, explica Lisandra Mascotto, da RS Design. Isso significa que essa flexibilidade, quando há um menu de opções para que o usuário entenda qual espaço oferece o melhor perfil para essa ou aquela tarefa, é o que garante esse importante equilíbrio entre a saúde física e a mental.
Um local mais descontraído, com mais intensidade de cores, assentos menos formais como sofás e arquibancadas, pode ser o que o trabalhador precisa para aliviar um pouco a carga mental de trabalho e impulsionar sua criatividade. Já, por exemplo, na hora de fechar seus relatórios, quando passará muito tempo em uma única atividade em frente ao computador, mesa e cadeira ergonômicas e adequadas são essenciais para o bem-estar.
“Uma empresa pode optar por ter um espaço totalmente moderno, repleto de formatos novos que seguem as tendências globais como arquibancadas, bistrôs com banquetas altas, sofás, pufes e bancos, mas não pode abdicar das tradicionais estações ergonômicas de trabalho, com mesas inclusive com regulagem de altura e cadeiras que acomodam perfeitamente as pessoas, com os ajustes necessários para horas de trabalho confortável”, explica Lisandra Mascotto, da RS Design.
O projeto arquitetônico de um espaço corporativo deve, sempre, pensar na saúde física e mental dos colaboradores, e isso envolve o conceito de flexibilidade: ter opções para desenvolver suas atividades em diferentes locais, com diferentes níveis de privacidade, tipos de assento, de mesas e de estruturas.
Além da motivação, as empresas colhem outros benefícios como, por exemplo, redução de custos por afastamentos, já que o investimento em ergonomia costuma sair bem mais barato do que os custos hospitalares e em decorrência de indenizações.
“Tudo isso nos mostra, mais uma vez, que os valores para melhorias na estrutura física dos escritórios nunca devem ser vistos como despesas, mas sim como investimentos”, finaliza Lisandra.
