O conceito de mobiliário orgânico já integra projetos residenciais e corporativos há algum tempo, porém, de uns anos para cá, com o aumento do número de influenciadores digitais mostrando suas reformas e novas casas, amparados por arquitetos e suas definições, o termo se popularizou, tornando-se mais fácil de ser compreendido por todos.
Nos vídeos que invadem o YouTube e redes sociais como Instagram e TikTok, eles mostram seus sofás e mesas arredondados e explicam que a quebra do padrão retilíneo, com linhas retas, ângulos agudos e cortes secos, possibilita formas mais fluidas, dinâmicas, que remetem aos elementos naturais, e que tornam o ambiente mais aconchegante e acolhedor.
Eles estão corretos quando fazem essas afirmações. De acordo com especialistas, somos mais receptivos aos formatos orgânicos, alinhados a uma estética mais natural, já que não há linhas predominantemente retas na natureza. Além disso, quando recordamos nossos ancestrais que moravam em meio à natureza, tendo de enfrentar os desafios da vida selvagem e repleta de predadores, os designs mais rígidos remetem à necessidade de defesa, já que as lanças que eles confeccionavam tinham esse padrão. Obviamente que uma lança desperta a atenção máxima, o que vai totalmente contra a sensação de conforto que se espera de um ambiente construído.
Nos espaços corporativos, antigamente os projetos prezavam prioritariamente pela praticidade e produtividade do local, deixando os conceitos de aconchego de lado. Porém, com as descobertas da neuroarquitetura e a percepção de que um ambiente acolhedor gera resultados melhores e mais saúde para os colaboradores, foi preciso repensar essa estratégia e agregar, aos escritórios e locais comerciais, escolhas que remetem mais à residência do que aos cubículos que antes abasteciam as empresas.
Foi então que esses projetos passaram a envolver sofás mais orgânicos, com linhas curvas que se integram aos outros espaços e podem muito bem ser usados para interligar ambientes, bem como mesas de reunião menos retangulares e mais arredondadas; e pufes de formas e até mesmo alturas diferentes.
O que se nota é que o espaço construído já é predominantemente retilíneo, com paredes retas, corredores e curvas de 90 graus. Cabe, então, ao mobiliário, a responsabilidade de trazer leveza, conforto, bem-estar e formas orgânicas e naturais.