Os benefícios do trabalho híbrido – quando os colaboradores passam parte da sua jornada atuando de forma remota e outra parte presencialmente no escritório – seguem tema de estudos ao redor do mundo. Desde que a pandemia de covid-19 obrigou as pessoas ao distanciamento social, tornando compulsório o trabalho em home office, as empresas têm tentado compreender qual o melhor caminho a seguir, sendo que o formato aparentemente mais vantajoso tem sido o meio-termo, ou seja, o híbrido.
Recentemente, uma pesquisa publicada na famosa revista científica Nature e repercutida, no Brasil, pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que o trabalho híbrido melhora a satisfação do colaborador sem impactar a produtividade.
Logo após a pandemia, em meados de 2021, o pesquisador Nick Bloom, professor de economia da Universidade de Standord e especialista em home office, conduziu um experimento a fim de avaliar os efeitos desse trabalho meio presencial, meio remoto nos mais de 1.600 funcionários de uma companhia voltada ao turismo.
Entre os bons resultados, o estudo relatou que as demissões podem cair cerca de 33% quando esse formato é adotado, principalmente entre aqueles trabalhadores que enfrentam longos deslocamentos e entre as mulheres. No caso da companhia em que o estudo foi realizado, cada demissão representa um custo de US$ 20 mil entre recrutamento e treinamento. Assim, reduzir ⅓ das demissões representaria uma economia milionária.
Destaque, também, para o fato de que o trabalho híbrido não afetou as taxas de desempenho durante um período de dois anos desde o início de sua adoção, ou seja, tempo suficiente para uma avaliação mais criteriosa.
Outro ponto interessante de observar é que muitos gestores tinham uma percepção negativa com relação à possibilidade de manter os trabalhadores remotamente alguns dias na semana, porém, depois de ver os resultados da pesquisa, mudaram de ideia.
Com o trabalho híbrido se consolidando como a melhor alternativa para uma parte significativa das companhias, os escritórios seguem precisando de ajustes para atender a essa nova demanda, o que representa a substituição de postos fixos de trabalho por bancadas coletivas, salas de reuniões mais bem planejadas para as demandas das equipes que se reúnem periodicamente no local de trabalho, infraestrutura plena e adequada para videoconferências e pontos de encontro que permitam a troca e a interação que é sempre muito apreciada durante as jornadas presenciais.
Recentemente, inclusive, publicamos um texto aqui no Espaço do Arquiteto que relata que algumas empresas estão observando uma mudança nos horários de chegada e saída dos trabalhadores nos escritórios com o objetivo de melhor aproveitar o dia presencial. Confira esse post AQUI.