Recentemente fizemos, aqui no Espaço do Arquiteto, uma sequência de matérias falando sobre a importância da acústica no ambiente de trabalho. Falamos sobre como os escritórios barulhentos impactam a saúde dos profissionais e trouxemos dicas de como melhorar o conforto sonoro tanto em espaços abertos quanto nos escritórios mais tradicionais, com salas individualizadas.
Hoje, compartilhamos evidências científicas. Um estudo publicado no JAMA Network, periódico renomado de pesquisas e estudos clínicos, comprova a importância de um bom projeto acústico nos ambientes corporativos. Divulgado em 2018, o estudo diz que ruídos no local de trabalho impactam diretamente a saúde do coração e que pressão alta e colesterol elevado são mais comuns entre aquelas pessoas com empregos barulhentos.
Para entender melhor esse cenário, o Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) avaliou dados clínicos sobre as principais tendências de saúde dos norte-americanos desde 2014. Com base nessas informações, os pesquisadores sugerem que a exposição ao ruído no ambiente de trabalho é responsável por 58% dos problemas de audição; 14% dos casos de hipertensão arterial; e 9% das pessoas com colesterol elevado.
E não é somente esse estudo que traz esse tipo de associação. Os pesquisadores parecem estar realmente interessados em compreender como o ambiente de trabalho pode afetar a saúde dos colaboradores. Tanto que outra pesquisa, dessa vez realizada na China – país com grande força industrial –, também constata que o ruído excessivo é fator de risco cardiovascular e reforça a necessidade de intervenções para que o ambiente de trabalho se torne mais saudável.
A pesquisa avaliou 7.839 casos, sendo que 4.771 estavam expostos à ruídos e 3.068 não. Para fazer a avaliação de saúde, todos passaram por exames para medição da pressão arterial e por eletrocardiogramas (ECGs). Como resultado, o estudo aponta que o risco de doença cardiovascular naqueles trabalhadores que vivenciam diariamente ambientes barulhentos é 2,55 vezes maior do que naqueles que não enfrentam essa dificuldade. Paralelamente, o ruído ocupacional aumenta em 2,27 vezes o risco de anormalidades no exame ECG.
Graças a pesquisas desse tipo e aos avanços na cadeia de produção do ramo de arquitetura corporativa, temos muitas soluções possíveis para bons projetos acústicos em qualquer local de trabalho. Além de cuidados na montagem da infraestrutura – como evitar passar tubulações de energia e ar-condicionado por cima das salas de reunião e garantir que as paredes de drywall sejam as melhores para controle de ruídos, existem outros produtos como baffles, nuvens e revestimentos acústicos que ajudam na absorção sonora mesmo em locais mais expandidos, onde há tendência de poluição.
Confira, nesses posts do Espaço do Arquiteto, as melhores dicas para construção de um escritório sem ruídos agressivos à saúde humana: