Alguns profissionais voltados ao cuidado com a saúde mental costumam dizer que o silêncio é, para a mente, o mesmo que o repouso é para o corpo. O que se sabe é que permanecer em locais silenciosos durante alguns períodos do dia ajuda no processamento de informações, aprendizado e desenvolvimento pessoal.
Será que os escritórios de hoje em dia reconhecem a necessidade de ambientes silenciosos? Parece que ainda não. Segundo o estudo “The influence of a quiet hub on the indoor acoustics in an open office environment“, 95% dos trabalhadores precisam de espaços de silêncio e privados, mas 40% deles afirmam não encontrar esses ambientes no escritório.
“Pode parecer uma tarefa complexa conseguir, em um ambiente de trabalho bastante povoado, um local onde prevaleça o silêncio. Mas hoje em dia temos tantas opções no mercado, que esse desafio tem se tornado muito mais simples“, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.
O estudo mencionado acima fez um teste. Pegou um escritório de plano aberto, ou seja, onde havia poucas divisórias, e lá criou um “hub silencioso”. O objetivo era entender como seria o comportamento dos usuários e qual o impacto da instalação desse ambiente na rotina, no bem-estar e na satisfação dos ocupantes.
O que eles fizeram foi razoavelmente simples: separar uma área do plano aberto e instalar, nela, produtos acústicos para absorver – e de determinada forma até mesmo blindar – o som externo. Não foi necessária uma obra extensa nem mesmo intervenções altamente custosas. Poderíamos comparar essa iniciativa, por exemplo, com a adoção de uma cabine acústica.
Então eles mediram parâmetros como nível sonoro, tempo de reverberação e inteligibilidade de fala. Como resultados, perceberam que principalmente a adoção de elementos acústicos no teto melhoram o ruído do ambiente. Ao perguntar aos usuários como era a experiência de contar com aquele espaço, o retorno foi positivo, sendo que a primeira menção dos colaboradores foi a melhoria do conforto acústico.
Vemos, então, que a adoção de quiet zones – áreas a serem acessadas por colaboradores que precisam de concentração e privacidade por um determinado tempo – é um caminho interessante para empresas que entendem a necessidade do silêncio no espaço de trabalho. E, acima de tudo, entendem que esse ambiente não pode ser desconfortável. Ele precisa ser acolhedor, ter toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das atividades cotidianas, sem atrapalhar a estética e o layout do local.
“Um espaço tranquilo é essencialmente uma zona de trabalho que permite aos funcionários escapar da agitação do escritório principal. Pode ser uma sala separada ou, como mostrou o estudo, apenas uma área fechada por divisórias, plantas ou estantes“, comenta Lisandra.
A especialista reforça que a escolha por uma cabine acústica ou mesmo por sofás booth, por exemplo, torna o processo de mudança ainda mais fácil, pois ocupam espaços pequenos e podem ser instalados em qualquer lugar, vindo completos e prontos para uso. “O importante é termos, dentro do escritório, ambientes que funcionem como ‘oásis’ para um momento de calma e concentração“, finaliza.