* Por Lisandra Mascotto
Ninguém no mundo estava realmente preparado para encarar uma pandemia dessa proporção. A saúde sofreu com a sobrecarga dos hospitais, a economia sofreu com a paralisação de muitas atividades, e os escritórios sofreram para se adaptar a uma rotina que implorava pelo maior distanciamento social possível.
Agora que já deu tempo de todo mundo parar, respirar e entender o cenário em que estamos, conseguimos pensar em como garantir que a vida flua mesmo com as imposições geradas pela COVID-19. Na RS Design, lançamos um e-book especial sobre a retomada dos escritórios com dicas de como a arquitetura pode auxiliar esse processo para que ele seja realmente seguro e eficaz.
Corroborando com as sugestões que elencamos neste e-book disponibilizado gratuitamente AQUI, uma pesquisa global encabeçada pela JLL, uma das principais administradoras de escritórios do mundo, fala sobre o futuro dos imóveis corporativos e afirma que não há dúvidas de que a COVID-19 proporciona mudanças interessantes no layout desses espaços.
Segundo a publicação lançada em junho deste ano, a densidade ocupacional dos ambientes corporativos é a primeira coisa que muda, afinal o distanciamento social se faz presente e necessário. Porém, o estudo acredita que assim que o mundo contar com uma vacina eficaz, assistiremos à um retorno gradual à maior ocupação dos escritórios, mesmo que não cheguemos novamente aos 100% como tínhamos antes.
O estudo intitulado “O Futuro da Demanda Global por Escritórios” acredita que os ambientes corporativos apostarão principalmente em espaços que promovam a interação presencial – que estamos sentindo tanta falta durante a quarentena – e, então, os escritórios serão redesenhados e ressignificados.
Reforçando que a popularização do home office e o isolamento social enfatizaram a necessidade humana da interação entre os pares, o relatório diz que dois dos três principais motivos para que as pessoas sentissem falta do escritório estão relacionados à interação social e que será preciso discutir com força e dedicação termos e conceitos como colaboração e inovação. A aposta se dá de que no longo prazo, o trabalho remoto se mostrará a cada dia menos eficaz pois os seres humanos precisam de contato para geração de ideias e formação de equipes.
Tecnologia não substitui o contato humano
Os escritórios precisam, sim, investir em tecnologia. Ter uma boa rede de internet, apostar em salas e espaços híbridos para colocar profissionais que estão presencialmente nos escritórios em contato com quem está em home office é indispensável. Não será possível fugir do investimento nesses espaços tecnológicos.
Mas isso não significa que a tecnologia vai substituir o contato humano. As salas de reuniões e os ambientes dedicados à interação humana se tornarão ainda mais relevantes. A pesquisa da JLL inclusive aposta que pode ser que o número de postos de trabalho do escritório sofra uma redução para a garantia do distanciamento social, mas essa redução será compensada pelo investimento nos espaços colaborativos.
Como conclusão, o documento afirma que os escritórios seguem com um papel fundamental na economia, mesmo depois de uma popularização “forçada” do home office. Isso porque existem inúmeras atividades presenciais essenciais e que não podem ser reproduzidas remotamente. Além disso, como ficaria a integração de novas equipes, o treinamento e a mentoria tão importantes para a progressão da carreira de novos profissionais e para a manutenção da produtividade (e da motivação) dos colaboradores de uma empresa?
Considerando que os escritórios são espaços que permitem a reunião, a colaboração, a inovação e a criação, a pesquisa entende que esses ambientes corporativos são peça-chave para o impulsionamento dos negócios. Isso sem falar que muitos profissionais enxergam, nos escritórios, o local ideal para a concentração necessária às suas atividades e a única forma de separar, realmente, a vida profissional da vida pessoal.
* Lisandra Mascotto, da RS Design, é especialista em mobiliário corporativo, tem mais de 25 anos de experiência no segmento e atua com conceitos que estimulam conexões entre as pessoas, por meio do mobiliário, colaborando em projetos corporativos humanizados e funcionais.