Estamos vivendo uma pandemia de transtornos mentais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada oito pessoas no mundo vive com algum tipo de questão psicológica, sendo que quase 60% dos casos são de ansiedade e depressão. Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam se envolver nesse cuidado com seus colaboradores. A própria OMS, inclusive, diz que o ambiente profissional é um dos mais importantes na hora de adotar medidas que previnam essas situações.
Tanto que, em 2024, devido à importância do assunto direcionado ao corporativo, o tema oficial do Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em outubro, foi “É hora de priorizar a saúde mental no local de trabalho“.
O desafio não atinge somente o trabalhador, que sofre as consequências dessas doenças psicológicas, mas o mercado de trabalho todo que acaba encarando perda de produtividade, maior risco de acidentes, diminuição significativa das receitas e desemprego. Estima-se, inclusive, que o mundo perde anualmente – devido ao absenteísmo e à rotatividade – cerca de 12 bilhões de dias de trabalho em decorrência da ansiedade e da depressão. É um número realmente assustador.
Entre os benefícios de se preocupar e traçar estratégias para reduzir o estresse no ambiente de trabalho estão o aumento da produtividade e do engajamento; a redução do burnout, das faltas justificadas e da rotatividade; e o fortalecimento da imagem da empresa como promotora do bem-estar.
Como a empresa deve agir?
Entre as medidas a serem tomadas pelo corpo diretivo das companhias estão adaptações relevantes ao ambiente de trabalho. Isso porque a adoção de mobiliários específicos e adequados, bem como a inclusão de áreas de integração e descanso, têm papel fundamental no alívio do estresse cotidiano, contribuindo para o bem-estar físico e mental dos colaboradores. Abaixo estão quatro dicas úteis de como iniciar essa estratégia.
(2) Na sala de refeição da Endress+Hauser, as formas orgânicas predominam para criar um clima humanizado.
(3) Para privacidade e conforto acústico, nesse ambiente foram instaladas cabines na Infocar.
- 1. Desconexão mental – Para proporcionar desconexão mental e recuperação, por exemplo, é importante planejar espaços para relaxamento. Com áreas de descanso bem projetadas, equipadas com sofás confortáveis, poltronas e pufes, os trabalhadores podem se desconectar brevemente do ritmo intenso de trabalho. Foi-se o tempo em que pausas eram vistas como perda de produtividade. Hoje sabemos que parar por alguns minutos durante a jornada é fundamental para reduzir a tensão acumulada, para a motivação e para a manutenção do foco.
Além disso, é importante lembrar que o silêncio ajuda e muito a saúde mental. Nesse caso, optar por soluções acústicas em todas as áreas ruidosas do escritório é interessante para criar locais onde as pessoas possam tanto trabalhar com acústica confortável quanto relaxar nos momentos de pausa.
- 2. Conforto físico – É sabido que uma boa empresa e um bom ambiente de trabalho precisam de ergonomia. Mesas ajustáveis para trabalhar tanto sentado quanto em pé, assim como cadeiras com os apoios adequados, ajudam a reduzir o desconforto físico de muitas horas seguidas de trabalho. Com o corpo tenso, a mente também fica tensa. Em paralelo, pensar em um cantinho da mobilidade pode ser atrativo para os colaboradores. Nesse espaço podem ser instalados móveis para alongamento do corpo (como um espaldar, por exemplo), assim como disponibilizados tapetes para a prática de alongamentos e até mesmo sessões de ioga e relaxamento.
- 3. Design biofílico – Aqui mesmo no Espaço do Arquiteto falamos muito sobre como o contato próximo à natureza contribui com a saúde mental dos seres humanos. Portanto, apostar em estratégicas do design biofílico também ajuda a prevenir transtornos mentais. Áreas de descanso com móveis feitos de madeira natural, de bambu ou de pedra; inclusão de plantas diversas; entrada de ar e de iluminação naturais ajudam a construir relaxamento e conexão com a natureza por ser um dos caminhos para baixar o nível de cortisol, o conhecido hormônio do estresse.
- 4. Interações sociais e colaborativas – Construir relações sólidas de confiança é indispensável para uma vida confortável. Oferecer espaços próprios para a interação social é interessante para que o colaborador possa conviver com seus colegas. Com a adoção de bancadas colaborativas e mesmo bancos, sofás ou pufes nas áreas de convivência, essa interação social de qualidade e descontraída tende a surgir, o que promove senso de comunidade e alivia a pressão de um ambiente voltado exclusivamente à produção. Outra ideia está na construção de áreas multimodais com mobiliário flexível que permite que as pessoas façam as adaptações necessárias para trabalhar, meditar ou socializar.
Para finalizar, basta lembrar que o ambiente de trabalho recebe as pessoas por cerca de ⅓ de suas vidas. Então todas as suas necessidades, das mais básicas até as mais complexas, precisam ser atendidas nesses locais. Com esse pensamento em mente, fica mais fácil planejar o ambiente adequado para que todos possam conviver em harmonia e manter, em dia, a saúde mental.
