Uma das mais famosas plataformas de videoconferência do mundo que ganhou ainda mais reconhecimento durante a pandemia de covid-19 por possibilitar, gratuitamente por um período de tempo, que equipes se encontrassem de forma virtual para resolver atividades corporativas, a Zoom percebeu que o home office integral não é uma alternativa interessante para os negócios da companhia.
Matéria publicada pela Folha de S. Paulo em agosto deste ano afirma que a empresa quer que muitos dos seus 7.400 colaboradores voltem a frequentar o escritório. O texto enfatiza que a proposta dos executivos é a adoção do modelo híbrido estruturado. Isso significa que aqueles trabalhadores que moram perto de um escritório da companhia devem comparecer ao menos dois dias por semana para desempenhar suas atividades in loco e, assim, interagir com as equipes.
Ou seja, nem mesmo uma das principais empresas de tecnologia, responsável por conectar remotamente mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo, acredita que a conexão virtual exclusiva é eficaz. Falta o olho no olho. Em entrevista ao jornal, Eric Yuan, CEO da Zoom, afirmou acreditar na flexibilidade dos locais de trabalho e na continuidade do modelo híbrido.
A matéria ainda reflete dados dos Estados Unidos, mostrando que, em julho deste ano, quase ⅓ dos funcionários norte-americanos já atuavam em regime hibrido de trabalho, intercalando dias em casa e dias no escritório.
A decisão não é, obviamente, única da Zoom. Esse é um movimento que vem se consolidando nos últimos meses e que também acontece no Brasil. Outras gigantes da tecnologia, ocupantes do Vale do Silício, como a Google, tomaram decisões similares, pedindo a presença dos colaboradores três vezes por semana no escritório. A Salesforce também seguiu pelo mesmo caminho, porém com uma estratégia um pouco diferente para conquistar os funcionários: a empresa doou, para a caridade, US$ 10 por dia por cada funcionário que foi trabalhar presencialmente durante pelo menos dez dias no mês de junho.
Há, inclusive, quem adotou postura mais drástica, contratando pessoas com residência firmada próximo ao escritório para evitar as vantagens da falta de deslocamento. Ou seja, se o trabalhador mora perto, ele não tem qualquer motivo para não ir trabalhar presencialmente.
No Brasil, uma pesquisa divulgada pela Google Workspace em parceria com a consultoria IDC no final do ano passado, dizia que o trabalho híbrido já era o modelo de emprego mais adotado pelas empresas do país. O levantamento afirmava que 56% das organizações contatadas tinham optado por essa gestão mais flexível das equipes, mesmo que sendo inviável para alguns departamentos. Porém, já em maio deste ano, a consultoria Gartner declarou que o trabalho híbrido deve se tornar a principal realidade de quase 40% dos trabalhadores brasileiros até o final de 2023.
Ao longo de toda a pandemia, o Espaço do Arquiteto analisou, em tempo real, as adequações necessárias para que os ambientes corporativos pudessem estar continuamente adequados às diversas realidades que surgiram com o tempo. Assim que a vacinação contra a covid-19 ganhou corpo e chegou a uma boa parcela da população, permitindo a volta do convívio social, as tendências corporativas mostraram que o modelo exclusivamente remoto daria lugar a uma versão diferenciada, onde o contato entre os colegas de trabalho seria priorizado.
Há, inclusive, no portal, muitos artigos explicando como construir um escritório que atenda às necessidades e demandas atuais das empresas brasileiras. Vale a pena navegar para conferir.
