O mundo corporativo mudou, o modelo de trabalho mudou e sabemos que ainda muitas mudanças virão nos próximos anos. Porém, como planejar, hoje, um escritório adequado à atual realidade? Listamos seis etapas para um projeto arquitetônico moderno, funcional e, acima de tudo, que responda às necessidades constantes de mudanças.
1. Reconfiguração das funções dos escritórios
Vivemos em um mundo onde as mudanças corporativas são constantes, mas em decorrência da pandemia de covid-19, as transformações dos escritórios foram ainda mais expressivas. Hoje é preciso considerar a reconfiguração das funções dos ambientes corporativos, já que muitas novidades como o trabalho híbrido chegaram para ficar. Nesse momento, é preciso considerar: experimentação, prototipagem, aprendizagem, encontros e colaboração.Muitas empresas passaram a adotar modelos de trabalho diferentes, como o Squad, que divide os times de áreas diferentes em pequenas células e, para isso, os espaços precisam ser reconfigurados também.
2. Ecossistemas de trabalho e modelo híbrido
Como mencionamos no tópico 1, o trabalho híbrido – onde profissionais dividem suas rotinas entre o trabalho presencial e o trabalho remoto – está instalado. Pesquisas mostram que a maioria das empresas já aderiu a esse modelo, mesmo que varie a quantidade de dias que os trabalhadores cumprem dentro e fora do escritório. Para que o modelo híbrido funcione, é preciso planejar o ecossistema. Nesse momento, alguns pontos são altamente relevantes: tecnologias, infraestrutura física, política e procedimentos corporativos e confortos térmico, acústico, visual e olfativo.
3. ESG (Environmental, Social & Governance)
O mercado corporativo não tem mais como ignorar uma nova sigla que ganhou força nos últimos anos. O ESG (Environmental, Social & Governance) é, inclusive, uma medida de valor, que mostra o quanto cada empresa está preocupada com questões ambientais, sociais e de governança. Na hora de planejar o ambiente corporativo, essa tendência também não pode ser ignorada, visto que é uma demanda do mercado financeiro. Isso significa que os espaços – que tanto representam as companhias – precisam materializar o discurso e as estratégias que fundamentam as teorias do ESG.
4. DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão)
Ainda pensando em responsabilidade social, as empresas precisam incorporar a necessidade de termos ambientes muito mais inclusivos, que promovam o respeito entre as diferenças. Para isso, todo planejamento de ambiente corporativo deve levar em consideração: acessibilidade (seguindo os conceitos do desenho universal), locais para que os profissionais possam expressar e manifestar suas ideias vinculadas aos grupos minoritários identificados dentro das empresas, representação da cultura local nas diretrizes arquitetônicas, neuro-diversidade e diversidade etária.
5. Escritórios resilientes e flexíveis
Não há quem não tenha aprendido a ser um pouco mais resiliente depois de sobreviver à uma pandemia. E resiliência deve ser, também, uma característica dos espaços corporativos. Isso significa que esses espaços precisam estar preparados para mudanças utilizando, por exemplo, mobiliário flexível que pode ser montado, desmontado e remontado com facilidade.Além disso, a flexibilidade aliada à mobilidade, com mesas e lousas com rodízios ou pufes e mesinhas leves, permitem as mudanças necessárias com a rapidez e praticidade que o momento atual exige.
6. Design regenerativo
Por fim, para encerrar a lista de seis etapas para a construção de um escritório adequado à atual realidade corporativa, está o design regenerativo, um projeto sistêmico que considera todas as interfaces e pontos de vista, indo muito além da restauração. Ele envolve a biomimética, área da ciência dedicada ao estudo das estruturas biológicas e ao funcionamento da natureza (se quiser saber mais sobre isso, clique AQUI),e a complexidade que existe dentro do meio ambiente natural. Usa e abusa de estratégias do design biofílico(também temos um post sobre isso AQUI) para trazer o ser humano para mais perto da natureza.
Essas seis etapas listadas não são lineares, mas sim paralelas. O projeto deve ser pensado como um todo, vinculando cada uma dessas estratégias para que se torne um espaço coeso, coerente com as necessidades da companhia, e capaz de atender aos desejos de seus ocupantes.