As empresas mudaram, as estruturas acompanharam as mudanças. Visando redução de despesas, o mundo presenciou uma leva de escritórios derrubando paredes e ampliando suas áreas de trabalho.Tornou-se necessário alocar mais profissionais dentro de menos metros quadrados e chegou a era do open space.
Essa mudança trouxe consigo muitos benefícios. Permitir que as pessoas tenham contato umas com as outras amplia o relacionamento, melhora a comunicação dos times e ajuda na elevação da cultura do compartilhamento. Mas depois que tantos aderiram a essa tendência, o mundo corporativo se deparou com um problema: a falta do silêncio criativo.
Independentemente do ramo de atividade da empresa, é natural que algumas tarefas do dia a dia dos colaboradores exijam privacidade e concentração. E como esse profissional consegue encontrar essas características em ambientes tão abertos onde o conforto acústico por vezes foi deixado de lado?
“O conforto acústico no ambiente corporativo precisa ser um conjunto de estratégias”, comentou a arquiteta especialista em neuroarquitetura, Priscilla Bencke, em seu perfil no Instagram durante visita à Orgatec, principal feira mundial voltada ao setor de arquitetura corporativa e que foi realizada em outubro de 2018 na Alemanha.
Para a especialista, é preciso pensar no conforto acústico como uma sequência de soluções. Não se trata apenas de retomar as paredes e fazer com que os profissionais voltem a atuar em salas restritas. Hoje as marcas estão criando alternativas que – quando utilizadas lado a lado – são capazes de melhorar de forma significativa o ambiente.
Um dos direcionamentos claros está na projeção de pequenas salas individuais nas quais qualquer profissional pode pegar o seu material de trabalho (normalmente um notebook e seu smartphone) e se alocar para um período em que a atividade que está sendo desempenhada careça de concentração acima da média.
Além dessas salas, sofás com encostos altos também servem para esses momentos. O profissional deixa a bancada de trabalho compartilhada junto com seu notebook e utiliza esses sofás de forma extremamente confortável para se dedicar ao trabalho.
Mas paralelamente a isso, há diversas soluções possíveis de serem aplicadas nos ambientes e que muitos profissionais ainda não tiveram acesso por serem novidades no setor. Muitas marcas estão criando produtos totalmente dedicados à redução dos ruídos em ambientes corporativos.
Hoje é possível encontrar divisórias de espaços que ao mesmo tempo em que criam maior privacidade atuam como itens decorativos com benefícios acústicos. Muitas vezes confeccionados em feltro, um material excelente para a absorção de som, esses painéis ajudam a minimizar o impacto de conversas entre colegas, barulho de digitação, toque de celulares e telefones. Ruídos que incomodam as atividades.
Em um ambiente que preza pelo silêncio criativo, até mesmo as luminárias podem ser revestidas com materiais absorventes. Além disso, há sempre a possibilidade da instalação de baffles, elementos que podem ser suspensos ou não muito utilizados para garantir melhor sonoridade aos ambientes.
Com essa necessidade latente despertada pelo investimento em espaços compartilhados no mundo, algumas marcas estrangeiras extremamente antenadas criaram soluções que aliam estética e conforto acústico. Você sabia, por exemplo, que pode decorar as paredes do seu escritório com quadros feitos especialmente para reduzir os sons dos ambientes?
Com luminárias revestidas, carpetes, divisórias com materiais absorventes, baffles e até quadros que contribuem com essa demanda, temos a comprovação de que sim, o conforto acústico depende de um conjunto de estratégias, como mencionado pela especialista Priscilla.Para tal, arquitetos e designers que atuam com o desenvolvimento de projetos corporativos devem estar sempre muito atentos, acompanhando portais que tratam dessa temática e de olho nos principais eventos da área.