A pandemia do novo coronavírus veio como um teste para todos os setores da economia. Gerando receio, medo pelo desemprego e obrigando as companhias a mudarem drasticamente suas rotinas, o distanciamento social imposto como a melhor medida para conter a disseminação do patógeno responsável pela COVID-19 impacta também as relações de trabalho.
Com tantas mudanças no ambiente corporativo, como fica aquela necessidade que temos de nos relacionarmos com as pessoas se precisamos usar máscara, escondendo nossas feições, e manter um distanciamento físico entre os pares?
Há alguns anos a arquitetura promotora de interações sociais vem ganhando força depois que a neurociência comprovou que o contato contínuo entre os trabalhadores e o crescimento da atuação colaborativa eram positivos para os negócios. Inclusive falamos NESTE POST sobre como as relações humanas ganharam ainda mais relevância nas áreas corporativas. E observamos, ao longo dos anos, a inclusão de múltiplos espaços compartilhados nesses ambientes.
Mas e agora? Com muitas pessoas em home office, escritórios trabalhando em esquema de revezamento para evitar muita gente dentro de um mesmo ambiente, como faremos para que os benefícios da interação não sejam perdidos?
Uma matéria recentemente publicada pelo portal G1 traz as principais tendências que estão se consolidando agora com a pandemia de COVID-19 e reforça, por diversas vezes, os problemas gerados pelo isolamento nas atividades profissionais.
Segundo a reportagem, o subprocurador geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, diz que um efeito esperado da diminuição da interação entre os colegas de trabalho é a menor empatia e solidariedade entre os profissionais, sensações geradas devido à queda dos laços de amizade. “Isso é um problema seríssimo. Graças ao convívio que a gente tem dentro do ambiente de trabalho, a gente acaba fazendo amizades, o que gera empatia e solidariedade muito grande entre todos. Agora, isso tende a diminuir muito, tende a ser virtual. Vou conhecer os trabalhadores por foto, videoconferência, talvez numa confraternização de fim de ano”, disse o especialista ao portal.
O que a falta de empatia pode gerar nos resultados das companhias? Especialistas afirmam que por não ter o laço afetivo, as pessoas tendem a entrar em um sistema maior de competição entre elas, porém uma competitividade negativa que impacta diretamente na produtividade, afinal, o trabalho em equipe é prejudicado e o senso de colaboração, que vinha ganhando peso, retorna aos índices fracos do passado.
O texto também traz uma opinião contundente do economista Thomas Coutrot: “Talvez as pessoas se deem conta de que o trabalho remoto não tem nada a ver com o paraíso com que elas sonhavam. Trabalho remoto é difícil: é uma pressão, um isolamento, uma dificuldade de comunicação e cooperação com os colegas. É uma situação bastante precária”, declarou. Sabemos que o home office já é tendência, mas como Lisandra Mascotto, da RS Design, mencionou em seu artigo (que você pode ler clicando AQUI), não podemos nos basear pelo que estamos vivendo durante a pandemia, afinal estamos em um cenário atípico que não se prolongará nestes mesmos moldes assim que a vida for retornando ao que era antes.
Este é, de fato, um momento de mudanças e não temos como ter certeza sobre como será o futuro, até por não termos reais expectativas de quando a pandemia estará controlada no Brasil. O que as empresas podem fazer é estar atentas às movimentações tanto dos governos federal, estadual e municipal, quanto às mudanças corporativas que estão sendo observadas no mundo e em países que estão uma etapa à nossa frente na luta contra o novo coronavírus.
E, assim, pensar em formas de trazer essa realidade internacional para o cenário brasileiro – repleto de particularidades – e tomar medidas que se encaixam no nosso atual momento. O e-book “Retomada dos Escritório”, que pode ser baixado AQUI, traz algumas ideias de como seguir durante esse período de incertezas e o Espaço do Arquiteto está atento para compartilhar as novidades do mundo neste mercado.