A pandemia mexeu com todos os setores. Sem exceção. Movimentou culturas que estavam há anos consolidadas e está alterando muitas das tendências que vinham se desenhando. No ramo da arquitetura corporativa, a crise que vivemos devido ao novo coronavírus também está nos mostrando que outros caminhos surgem para que nos adaptemos.
Em um primeiro momento, os escritórios cujas atividades permitiam, colocaram a maioria dos seus funcionários para trabalhar remotamente, de suas casas. Alguns meses depois, com a flexibilização das medidas de isolamento acontecendo de forma diferente em cada parte do país, os escritórios começaram a retomar suas atividades, mas não como era antes.
Uma das principais regras que foram impostas foi a redução do adensamento dos escritórios, ou seja, diminuir o número de pessoas ocupando o mesmo espaço ao mesmo tempo. Para isso, muitas equipes entraram em rodízio. E, como consequência, houve também mudanças no layout para que os postos de trabalho pudessem respeitar a distância mínima de 2 metros entre as pessoas.
Em matéria recente, o jornal O Estado de S.Paulo abordou as mudanças que muitas empresas estão fazendo em seu espaço físico para que essa nova realidade pudesse se instalar com mais segurança para todos. Nós, aqui na RS Design, também elaboramos um e-book gratuito sobre o tema (clique AQUI para baixar).
E, agora, vamos analisar essas tendências?
Controle de acesso – Muitas empresas tinham instalado controles de acesso por biometria. Isso foi uma tendência tanto em escritórios (para acesso a salas privativas e em elevadores e catracas de edifícios comerciais) quanto em outros espaços de uso público como escolas, universidades e academias. Com a necessidade constante de higienização e o direcionamento para que as pessoas evitem tocar as coisas, é sim provável que comecemos a observar uma mudança desses controles para sistemas que utilizam, por exemplo, a leitura da câmera do celular e um código estilo QR Code. Assim, o usuário tem contato apenas com um objeto pessoal. Outra alternativa está na leitura da íris, pois essa tecnologia não precisa de contato físico.
Lockers – Hoje muitos escritórios ainda têm mesas individuais, com gavetas e pequenos armários para que as pessoas guardem seus itens pessoais. Mas com sistemas de rodízio que já foram implementados e podem permanecer, nos quais os colaboradores se revezam entre o home office e o trabalho presencial, esses locais fixos de trabalho devem desaparecer ainda mais rapidamente. Para tal, a instalação de lockers é uma excelente saída. Assim a pessoa ocupa a bancada apenas com o que de fato vai utilizar, sem deixar bolsas, roupas, e outros objetos pessoais pelo caminho.
Ventilação natural – Há tempos falamos sobre a importância da ventilação natural nos espaços. Temos, inclusive, uma sessão completa sobre biofilia (clique AQUI para acessar) com vários artigos que incentivam espaços arejados. Em um momento de pandemia gerada por uma infecção viral, manter os espaços o mais ventilados possível é medida de segurança. Segundo o Estadão, muitos prédios comerciais que têm suas janelas bloqueadas, forçando a utilização do ar condicionado, podem até repensar essa estratégia a fim de oferecer mais segurança aos seus ocupantes.
As mudanças estão ocorrendo, o que também é uma excelente oportunidade para os arquitetos que atuam no ramo corporativo. O texto publicado pelo Estadão traz um depoimento de Antônio Carlos Duarte Sepúlveda, presidente da empresa Santos Brasil, administradora de contêineres. Segundo o executivo, a companhia contratou uma arquiteta para ajudar na remodelação do escritório. “Estamos estudando um novo layout que, em função do home office, contemplará o compartilhamento de estações de trabalho, além de mais salas de reunião com equipamentos para videoconferência”, disse ao jornal.
Esse é um momento onde todo profissional de arquitetura deve ficar atento tanto às recomendações de órgãos internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), quanto às tendências que vão se concretizando ao redor do mundo. Momento de mudanças onde as oportunidades também surgem.
