Muito se fala sobre como acolher a Geração Z no ambiente de trabalho. Aqui mesmo, no Espaço do Arquiteto, temos publicações diversas sobre os anseios desses jovens talentos, quais as demandas que eles trazem ao ambiente corporativo, como conquistá-los e mantê-los motivados. Mas não podemos nos esquecer que uma empresa não é formada apenas por essa base geracional. Independentemente do setor, do porte e do estilo, uma companhia reúne profissionais de várias idades, e essa percepção não pode, jamais, ser deixada de lado.
Um artigo recente da Harvard Business Review relata que pessoas com 65 anos ou mais representam, hoje, a parcela da força de trabalho que mais cresce. Com isso, sugere que as empresas planejem ações e estratégias criativas para engajar essa população para aproveitar ao máximo tudo o que eles têm a oferecer.
Assinado por especialistas da área da saúde e de negócios, o texto enfatiza que há uma mudança no conceito atual de aposentadoria. Os baby boomers, que se aproximam das seis décadas vividas, não planejam parar de trabalhar, mas sim encontrar outras atividades que possam manter a mente ativa. Tanto que mais de 10 milhões de norte-americanos com 65 anos ou mais estão atualmente empregados e esse número deve subir para quase 15 milhões ao longo dos próximos 10 anos. Na Alemanha, no Japão e na Itália, os trabalhadores com 55 anos ou mais já representam pelo menos 25% da força de trabalho.
Com amplo conhecimento dos negócios das companhias em que atuam, disposição para trabalhar e experiência de vida, esses trabalhadores muitas vezes são subestimados, mas podem ser ouro na mão de bons gestores. Para que eles permaneçam, as empresas precisam direcionar seus esforços a eles.
Existem diversas estratégias de recursos humanos e culturais para segurar esses trabalhadores e mantê-los produtivos e motivados. Mas há mais a ser feito, e muito tem relação com o ambiente de trabalho e a infraestrutura que é oferecida.
O artigo da Harvard Business Review relata, por exemplo, que essa geração de trabalhadores aprecia o trabalho presencial pelas conexões sociais ali concretizadas. Eles gostam da flexibilidade do trabalho remoto, mas se sentem muito bem quando podem ir até o escritório.
Portanto, garantir que o ambiente estimule essas conexões é importante. Para isso, é estratégico planejar um bom refeitório, escolher locais para funcionar como pontos de café, criar pequenas salas de reunião para que os times possam se reunir para atividades mais pontuais, pensar em espaços sociais e também em salas de descompressão.
Outro ponto que merece destaque diz respeito à manutenção das tradicionais estações ergonômicas de trabalho. Essa geração iniciou a carreira corporativa, muitas vezes atuando nos antigos cubículos, pequenas mesas cercadas por divisórias onde eles se concentravam por horas a fio. Essa realidade – felizmente – se foi, mas a possibilidade de ter uma boa mesa de trabalho com uma boa cadeira ainda é atrativa.
Por fim, a publicação reforça que essa “nova era de envelhecimento” é uma via de mão dupla. Enquanto esses trabalhadores mais experientes querem continuar em seus empregos, as empresas querem aproveitar suas habilidades e conhecimentos.
E a arquitetura corporativa tem o papel de criar ambientes que sejam estimulantes para as diferentes gerações que trabalham na empresa, aproveitando as melhores características de cada perfil para promover espaços que realmente contribuam com o senso de pertencimento e realização.
