Passado o período de adaptação ao formato híbrido de trabalho, quando as lideranças das empresas tiveram de aprender a organizar as agendas para separar o time entre dias no escritório e dias em home office, outros desafios começam a surgir e a arquitetura corporativa pode auxiliar na melhor resolução deles.
De acordo com publicação da McKinsey, uma das demandas atuais está na busca pelo melhor aproveitamento das horas no escritório. No texto, que remonta parte de um podcast com participação de especialistas da consultoria, Bryan Hancock, sócio da empresa, relata que “em um escritório normal, o ritmo de um dia de trabalho oferta muitas oportunidades de colaboração fora da equipe imediata. Com o trabalho híbrido, os gerentes precisam focar nas conexões entre as equipes, pois essas conexões são, muitas vezes, o que há de mais importante para a inovação e a condução da agenda futura”.
O que Hancock quer dizer é que, se antes, os times tinham 8 horas por dia, cinco dias por semana, para se encontrar e trocar ideias e experiências, hoje os encontros estão mais escassos e, portanto, essas oportunidades precisam ser muito bem aproveitadas.
Como a arquitetura corporativa pode auxiliar na construção de relacionamentos profissionais em um cenário de mais desencontros? Apostando em ambientes propícios para a sociabilização.
Aqui, não estamos falando apenas de locais de descontração para que os colaboradores frequentem nas horas vagas, aproximando-se de seus colegas enquanto brincam, se divertem e comem. Esses ambientes são sim muito importantes e interessantes para a manutenção da produtividade e motivação dos times, mas também estamos nos referindo a espaços de trabalho colaborativos!
Existem diferentes possibilidades. O projeto pode considerar, por exemplo, um espaço aberto com mobiliário que permita diversas configurações de layout, como pufes, mesinhas e móveis com rodízios. Outros ambientes desejáveis são pequenos “cantos” para equipes menores trabalharem, como salas com sofás ou bancadas que podem ter cortinas para maior privacidade; e até um espaço com arquibancada para atividades mais dinâmicas.
Interessante, também, a existência de espaços com amplas estações de trabalho e cadeiras ergonômicas, ideais para atividades mais longas. Aqui, as pessoas podem se sentar lado a lado, trocando conhecimento durante a execução de suas tarefas sem prejudicar sua postura e sua saúde física ao permanecerem por mais tempo em assentos não apropriados para isso. O ideal é que estes espaços tenham tratamentos com materiais acústicos (como nuvens acústicas, por exemplo) para que a interação seja agradável. O arquiteto ou designer não pode esquecer da importância de espaços mais fechados para atividades concentradas, que podem ser em grupos, como as Cabines Acústicas para duas pessoas ou mais.
Até mesmo aquele local do café pode ser estratégico para promover o encontro dos times, permitindo atividades de trabalho.
O que é fundamental perceber é que tudo dentro do espaço físico pode ser pensado e preparado para estimular algo nas pessoas. Se o refeitório é uma área utilizada apenas na hora do almoço, pode ser totalmente repaginado para ser utilizado durante todo o dia de trabalho: para pequenas reuniões, atividades colaborativas ou individuais.
Isso é criar espaços flexíveis, que geram a possibilidade de encontros entre as pessoas, e valorizar cada minuto da troca de experiências, visto que é justamente nestes locais que a turma do trabalho híbrido se encontra, que as ideias surgem e que as conexões entre as pessoas acontecem, inspirando a inovação. Afinal, qual empresa não precisa de inovação?
A arquitetura corporativa pode ajudar e muito a promover estes encontros da melhor maneira possível. Já que o tempo é valioso para todos, que seja um tempo investido em um ambiente agradável e estimulante.