Você deve estar pensando: Alguém me mostre de que forma o estresse pode nos fazer bem? Porque isso parece impossível. Fique tranquilo, você está certo, mas vamos lá!
O estresse nos pega várias vezes ao dia, principalmente àqueles que têm rotinas esgotantes, acordam cedo, vão à faculdade, depois ao trabalho, chegam cansados, têm de estudar e ainda por cima, dormem pouco para acordar cedo no dia seguinte. Ficamos de mau humor, de pavio curto e, sem perceber, acabamos nos tornando verdadeiras abominações cognitivas na vida pública. Que loucura, não é mesmo?
O termo ”não se estresse!” é muito usual e o ouvimos frequentemente em prol de nossa saúde e bem estar, porém segundo um estudo da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), em doses moderadas, o estresse pode fazer bem à saúde. Como assim?
Estudiosos fizeram alguns experimentos utilizando ratos e os colocando em situações desconfortáveis como: imobilização dentro de sacos; choque nas patas; permanência em ambientes estranhos, dentre outras situações desagradáveis.
Depois de 14 dias, outros experimentos foram feitos e perceberam a ativação de neurônios recém-nascidos. Segundo Daniela, duas semanas depois do estresse agudo, a constatação desses neurônios novos mostra que os ratos tiveram melhora na região relacionada à memória. ”Nossos resultados sugerem um papel benéfico para esse estresse breve sobre o hipocampo, que também é capaz de melhorar a compreensão da capacidade de adaptação do cérebro”, explicou.
Segundo os pesquisadores, a reação causada pelo estresse é indispensável para nossa sobrevivência. O neurologista Maurice Vincent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que este fenômeno fisiológico beneficia os seres humanos ao protegê-los de perigos latentes. “O conjunto de alterações que caracteriza o estresse se instala a partir de uma ameaça ao animal como decorrência de uma interação entre o cérebro e o corpo diante da percepção de um grande perigo”.
Em meio a tantos afazeres, atualmente, é impossível não se estressar várias vezes ao dia e não só no trabalho, mas muitos possuem problemas sociais, familiares e pessoais que acarretam no estresse diário. Inúmeros são os fatores que nos levam a tal estado: pode ser o seu chefe, aquele colega de trabalho que você não vai com a cara, o ônibus lotado, o trânsito, as filas, a poluição sonora e visual, dentre outros.
Mesmo trazendo alguns benefícios à saúde, estimulando hormônios essenciais para memória, bem como sobrevivência, é necessário ressaltar a diferença entre o estresse que faz mal e o que faz bem a saúde. Afinal, não seria nada bom você sair se estressando por aí por ter lido este texto.
Razões físicas, sociais e psicológicas acarretam ao estresse que, por sua vez, ao ser levado ao exagero e por um longo período de tempo, resulta em um equilíbrio do seu organismo. Mas vamos ao que importa! Existem dois tipos de estresse:
1. Estresse agudo
Este está ligado a situações traumáticas, mas passageiras, como o término de um namoro. É intenso e não se estende por um longo período de tempo. De acordo com os médicos, é benéfico, já que nos ajuda em situações em que a sobrevivência está em risco. Quando uma presa se vê diante de um predador, por exemplo, o estresse pode salvá-lo. Essa reação é chamada de resposta fight-or-flight (lutar ou fugir). Prepara o corpo para a fuga ou para o combate.
2. Estresse crônico
É causado pela exposição constante a ambientes com barulhos altos e frequentes, poluição, conflitos pessoais permanentes, pressões no trabalho ou na família etc. Ao contrário do agudo, causa doenças a longo prazo, como psoríase, infecções causadas por baixa imunidade e enxaqueca.
Agora que você já sabe até que ponto o seu estresse pode chegar, não deixe que ele se estenda por um longo período de tempo e nem que lhe cause danos à saúde. Se estiver em um lugar muito barulhento, coloque um fone de ouvido. Se estiver em um ônibus muito cheio, leia um livro para passar o tempo. E se estiver estressado com o seu chefe, respire fundo e conte até 10. Aliás, a respiração pausada e consciente acalma realmente. É a melhor forma de se conectar com o momento presente, deixando as situações passadas para trás e evitando se preocupar com o futuro. Até a próxima!